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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

O tempo e a cura!

O tempo e a cura!






Compadre e comadre, vou te contar. Tem coisa mais maluca, esperta e complexa que o tal tempo?
Acho que tempo é o mistério da espera, é a expectativa do que virá, é a cura do que já passou, é o instante do agora que já virou passado.
Já dizia o ditado: Haja ontem para tanto hoje.
O que será que aconteceu naquele ontem, perguntou o curioso?
O que será que acontecerá amanhã, disse o ansioso.
E o que está acontecendo agora? Perguntou outrora.
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?
Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim.
Já tenho entendido que não há coisa melhor para eles do que alegrar-se e fazer bem na sua vida;
E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus.
Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele.
O que é, já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que passou.

Por que existe medo do para sempre se o que é bom não deveria acabar? Por que precisamos do começo, do meio, e do fim? Por que viver assim?
As coisas boas terminam porque as coisas ruins precisam vir, este é o contraste da vida compadre e comadre, sem a luz não há sombra, pois não conseguiríamos diferenciá-la uma da outra. Sem sol não há chuva, sem sofrimento não há felicidade, não há tempo, tampouco a cura.
O tempo é o senhor dos reis, o tempo cura a ferida, o tempo nos faz envelhecermos, o tempo expressa experiência, o tempo ensina, o tempo muda, o tempo planta, semeia, colhe, o tempo morre.

O tempo passa lento quando estamos entediados e chateados, por que o tempo voa quando estamos apaixonados?
O tempo é o suspiro dos amantes. O tempo apaga a dor e ensina através dela. O tempo não se pega, pois ele escapa pelos dedos, o tempo é maluco, é bruto, é astuto. O Tempo amansa a fera ferida. O tempo vem de mansinho e é passageiro. O tempo é rei dos senhores. O tempo abraça, não discrimina, o tempo é inevitável, imprevisível, o tempo é a brisa que acalma a alma. O tempo é leve, e está sempre presente, então por que reclamam que falta tempo, nunca se está satisfeito com  o tempo que se tem, deve ser porque o tempo é muito bom companheiro e ninguém pode negar, nem viver sem.
O tempo deixa saudade, o tempo cura o luto da falta, o tempo é amigo, é pleno é sublime. O tempo, compadre, é tão bom que não se pode desenhar nem explicar, para sentir o tempo temos que ficar, e viver, e sonhar, e realizar, porque ele passa sem a gente notar. Mostra as expressões de nossas linhas faciais, nos faz recordar sorrisos antigos, lembranças eternas, o que seria de nós sem o tempo para contar e conversar, não dá para imaginar a vida sem o tempo, porque a vida não existe sem tempo. Não teria aniversário, não teria escola, não teria mercado, tem coisa mais universal que o tal relógio? Tem o empregado que chega atrasado por estar com relógio zoado, há quem chegue cedo porque está com medo. Há quem chegue na hora para não ter que voltar embora. Há quem chegue, há quem fique, há quem vá, há o tempo, e só.


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