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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Ditados populares: Suas histórias, suas verdades!

Ditados e provérbios populares




Compadre e comadre, tem coisa mais interessante e mais expressiva na cultura de um povo do que os ditados populares? Acredito que há muitas outras coisas interessantes e expressivas na escola da vida, mas os provérbios são especiais porque são verdades e as verdades nunca morrem, além de serem libertadoras.
Gerações vêm, vivem, e se vão, mas elas deixam os legados dos ditados. Há alguns deles que têm centenas e milhares de anos. Os ditados populares têm a ver com os valores de um povo, sua filosofia de vida, sua moral, sua religião, e seus bons ou maus costumes, seu senso comum.
Acredito que todos os ditados populares surgiram baseados em dados vividos por algum protagonista e tomaram corpos, vivendo durante anos na língua do povo e talvez nunca se perderão, espero que não, pois são riquezas da nossa língua.
Meu querido e minha querida que está lendo este texto, reflita sobre o que eu vou te perguntar. Você acha que as pessoas seriam mesmo capazes de inventar os ditados e as lendas, apenas usando a imaginação? Você acredita que é possível aumentar, mas nunca inventar uma história, ou você acha mesmo que os indivíduos gostam mesmo é de colocar uma lenha na fogueira?
Os ditados populares ou provérbios são tão ricos que eu acredito que as pessoas façam uso deles pelo menos 3 vezes na semana, independente do ambiente que estiverem.
Veja só.
Comadre, você viu só que aconteceu com o compadre Joaquim? Ele estava trabalhando em dois empregos, mas não deu conta e perdeu os dois.
Antes ele do que eu hein? Antes um pássaro na mão do que dois voando. E agora a vida profissional do compadre está tão sem novidades, que se eu pergunto como ele está, ele me diz que está mais parado que água de poço.
Coitado do compadre, agora está de mãos abanando e acabou dando sorte para o azar.

Quando o compadre vai jantar na minha casa, ele está tão revoltado que vira o cocho, e sai sem despedir, cuspe no prato que comeu, é claro né? Barriga cheia goiaba tem bicho. Mas o compadre acaba voltando porque eu já amarrei este homem pelo estômago.





Mas deixa o compadre para lá, ele deve estar de mau humor, por isso anda falando de nós pelos cotovelos, mas mal sabe ele que quem fala a verdade perde amizades, e quem fala demais dá bom dia para cavalo, mas também quem cala, consente. E eu não ligo de ajudar o compadre, pois quem ajuda aos pobres empresta a Deus.
Compadre conseguiu uma carroça, para vender morango na praça, ele a ganhou do Paco, que ficou solidário com a situação, compadre achou a carroça meio velha, mas não reclamou, afinal, cavalo dado não se olha os dentes, a carroça era do tempo que o meu vô era piá, mas com ela dava para ir até onde o judas perdeu as botas, sozinho mesmo, pois antes só do que mal acompanhado. Compadre está tentando se reerguer, pois sabe que de grão em grão a galinha enche o papo, e Deus escreve certo por linhas tortas, então, cada macaco no seu galho, sem drama e sem lágrimas de crocodilo. Compadre acha que vai ficar rico vendendo morango. Juro de pés juntos que estou torcendo por ele, mas já falei para ir tirando seu cavalinho da chuva, já rasguei o verbo, sem papas na língua, porque não adianta chorar pelo leite derramado nem pela morte da bezerra, quer dizer do cavalinho. Todo mundo avisou que compadre estava tentando tapar o sol com a peneira, mas ele decidiu nadar, nadar e acabou morrendo na praia, coitado, deu com os burros n’água. Tudo porque acabou dando confiança para gente errada, porque quem se junta aos porcos farelo come, diga-me com quem andas que eu direi quem és, farinha do mesmo saco ou maria vai com as outras. Compadre desbarrancou barranco abaixo com sua carroça, cavalo morreu, todo mundo avisou, para morrer basta estar vivo. Mas o compadre foi salvo pelo gongo. Eu avisei para não confiar naquele amigo da onça. Ofereceram outra carroça para o compadre, como doação, mas ele não aceitou porque gato escaldado tem medo de água fria né? Como comeu o pão que o diabo amassou, agora compadre pega transporte público e vai igual uma sardinha enlatada, mas quem não tem cão caça com gato. Agora compadre está bem mais precavido, melhor prevenir do que remediar, afinal, o seguro morreu de velho.
Não se preocupe, compadre passa bem. Mas cavalo se foi, e pagou o pato.
Agora você meu amigo que está lendo, se é que tem alguém lendo.
Você acha mesmo que quem se junta aos porcos farelo come?
Calado, calada compadre e comadre, quando um burro fala o outro abaixa a orelha. Eu não acredito que se você anda com alguém do mau você se torna mal como diz o ditado: Junta-se aos bons e serás como eles, junta-se aos maus e serás pior que eles. De todos os provérbios, com este eu não concordo, eu acho que nem todo mundo é tão maria vai com as outras com o perdão do trocaralho.
Tenho uma prima que chama Regina, Regina tem 38 anos e tem um filho muito perneta. Eu disse que ter filho era um bicho de sete cabeças, mas se conselho fosse bom era vendido, mas falei porque, quem avisa amigo é. Paco, filho de Regina, acha que tem o rei da barriga, eu avisei, que é de pequenino que se torce o pepino, agora que está grande meu bem, pau que nasce torto não se endireita, ou mija fora da bacia, ele vive se fazendo se santo do pau oco, mas minha prima vive colocando panos quentes em qualquer situação, desse jeito o piá não melhora não. Regina me apertou sem me abraçar me pedindo para ajudar. Eu disse para colocar para trabalhar porque Deus ajuda quem cedo madruga, ir deitar com as galinhas, mas o rapaz só quer afogar o ganso, dizendo que têm várias namoradas, porque uma andorinha só não faz verão. Regina morre de medo que cedo ou tarde venha ave de mau agouro dizendo maldades sobre seu filho, mas o menino é osso duro de roer, vive remando contra a maré e nunca dá a mão à palmatória, pinta o sete como ninguém, eu disse para ela falar com ele, mas quando um não quer dois não brigam, o marido, que está a distância e também não vale a bosta que o gato enterra, tenta ajudar, mas de boa intenção o inferno está cheio, eu é que não vou me meter, pois em briga de marido e mulher não se mete a colher, eu vivo dando vários nós em pingos d’água, no intuito de ajudar, mas é sempre em vão, e Regina vive colocando a carroça na frente dos bois, quando não faz tempestade em copo d’água. Às vezes ela dá umas palmadas no menino, não sabe que quem bate esquece, mas quem apanha não. A esperança é a última que morre, não é? Por isso no caso dela, manda quem pode e obedece quem tem juízo e besouro rola na bosta e gosta.




Regina acorda cedo para trabalhar, para manter a casa, sabe que Deus ajuda quem cedo madruga, para alimentar o Paco é uma odisseia, pois o guri tem Estômago de avestruz, vive apressado, e comendo cru, mas Regina não, ela é uma mulher forte e batalhadora, trabalha dia e noite, noite e dia, porque se ferradura trouxesse sorte, burro não puxava carroça. Ela tem pressa que o menino melhore e tome tento, mas eu digo, a pressa é inimiga da perfeição, tenha paciência com ele, a carne é fraca, por isso ele está nesta vida, ela disse, comadre, você acertou na mosca, água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Eu achei melhor ficar calada, porque o homem é senhor do que pensa e escravo do que fala, não queria dar bom dia para cavalo.
Um belo dia, Paco se apaixonou pela sua professora, e começou a andar na linha, era um amor platônico. Mas a professora não queria saber de ninguém não, era vida torta, vida bandida, vivia contado mentiras, e Paco sabia que a mentira tinha perna curta, mas para professora quem caísse na rede era peixe, o moço aproveitou, a ocasião fez o ladrão, acabou desviando da linha então.
Os dois saíram para jantar, Paco e a professora, ela pediu para beber a água que o passarinho não bebe, Paco pediu coca cola para deixar boa impressão, mas estava armado até os dentes, para xavecar a professora. Todo mundo sabia que estava arrumando sarna para se coçar dizendo para ele abaixar a bola, mas Paco era cara de pau, mesmo sabendo que ia se enfiar em briga de cachorro grande com o marido da professora, para ele o marido não representava perigo, porque cão que ladra não morde. A não ser que alguém desse com a língua nos dentes. No final das contas, deu zebra, Paco teve que engolir sapo e ficou com uma dor de cotovelo. Mas ele sabia que estava se envolvendo com uma espírito de porco, pobre menino, acabou entrando pelo cano, Paco ficou com a pulga atrás da orelha e meteu o rabo entre as pernas, porém este garoto não dá ponto sem nó, mesmo sabendo que a rapadura é doce e não é mole não, resolveu colocar os pingos nos is,
A intenção foi para o brejo igual a vaca, abotoou o paletó, bateu as botas, mas acabou procurando chifre na cabeça de cavalo, mas ela me prometeu mundos e fundos, dizia Paco, isso foi um balde de água fria, e agora tenho que segurar vela para ela e o marido dela. Que história sem pé nem cabeça eu me meti. Nem consegui tirar minha barriga da miséria. Vou tirar a água do joelho para refletir um pouco, poxa, penso que achar uma mulher bacana vai ser igual procurar agulha no palheiro, não quero trocar seis por meia dúzia encontrando outra maluca como esta. Mas somos parecidos, será mesmo o sujo falando do mal lavado, acabei vestindo a carapuça. Minha ambição cerrou meu coração, vou tomar um chá de sumiço porque a ignorância é a mãe de todas as doenças.
Minha mãe tem memória de elefante, ela não esqueceu todas as mancadas que eu dei, dizia ainda Paco, fui tentar conversar com ela e acabei enchendo linguiça, mas achei melhor obedecer, no fim a união fez a força, porque a necessidade fez o sapo pular, roupa suja se lava em casa, e cada cabeça uma sentença, minha mãe sabe das coisas, panela velha é que faz comida boa, mesmo sabendo que a grama do vizinho é mais verde que a minha. Acabei aprendendo a lição, o bom filho a casa retorna, antes tarde do que nunca. O que não tem remédio remediado está e então depois da tempestade vem a bonança, pois filho de peixe sabe nadar, e há males que vêm para bem. Homem prevenido minha mãe, vale por dois. E quanto a professora? Nem tudo que reluz é ouro, e cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém, agora com ela é nem oito nem oitenta, o que olhos não vêem o coração não sente. Quanto ao seu marido, ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão, erva daninha geada não mata, porque ele é como ela, calça de veludo cú de fora. Mas eu não digo nada a ninguém, a palavra é de prata o silêncio é de ouro, eles que se entendam, mais vale um gosto que um tostão no bolso.
Briguei com meu amigo João, porque ele saiu do trabalho sem ter outro emprego, e ainda saiu devendo as contas, eu avisei para não vender o urso sem antes matá-lo, para pobre não prometer e para rico não dever, ele me disse, no aperto e no perigo se conhece um amigo, prometido é devido, é nóis irmão. Nós não somos nada parecidos porque os opostos se atraem. Mas isso é segredo, porque o segredo é a alma do negócio, João é só, não tem ninguém, nem conta com parentes nem dívida com ausentes. Para bom entendedor meia palavra basta. João tem uma irmã, que não vale o assento que caga, nem o chão que pisa, boa pinta, pena que por fora bela viola, e por dentro o pão bolorento, vive sacaneando os outros porque para ela pimenta no cú dos outros é refresco, mas um dia ela se deu mal, quem semeia vento colhe tempestade.
Fiz um churrasco em casa, mas para chegar no mercado tinha que descer a ladeira, João gritou lá de cima, para descer todo santo ajuda. No churrasco levantei da minha cadeira, e quando voltei estava ocupada, quem sentou me falou: foi ver o mar, perdeu o lugar, mas mesmo assim não me importei, mas acabei bebendo e comendo demais e no fim das contas o peixe acabou morrendo pela boca.
Um amigo das antigas apareceu por lá, quem é vivo sempre aparece, quem não aparece esquece, mas quem muito aparece tanto lembra que aborrece, quem vê cara não vê coração. O churrasco acabou, temos marmita para semana inteira, quem come e guarda, duas vezes tem a mesa, e quem corre por gosto não cansa. Mas todo mundo foi embora e eu fiquei com toda a bagunça, porque quanto mais te agachas mais te põem o pé em cima. Eu briguei com meus amigos, juraram que iam ajudar, mas desconfiei, quem mais jura é quem mais mente, mas quem não deve não teme. E ajudaram, porque no outro churrasco eu fiquei de barriga pro ar, quem não chora não mama, quem não arrisca não petisca, quem ri por último ri melhor, ou não entendeu a piada. Ficaram chateados, e me responderam mal, quem diz o que quer, ouve o que não quer. Mas para descontrair começamos a cantar, quem canta seus males espanta.
Amaury está namorando uma moça esquisita, quem ama o feio bonito ele parece. Viajaram para um lugar desconhecido, mas sem preocupação e cerimônia, compadre e comadre, quem tem boca vai à Roma, entrou na chuva é para se molhar, o que é um peido para quem está cagado?
Acabaram se perdendo, brincaram com fogo e se queimaram, quem mandou não levar mapa.
Sentaram num restaurante, mas foram mal servidos porque pagaram adiantado, acharam uns amigos, mas já era meia noite, estavam exaustos e com fome, restaurante ruim. Amigos disseram, quem tarde vem come o que trouxer, ficaram encabulados, mas tudo bem, amigos, amigos, negócios à parte. Quem tudo quer tudo perde.
Amaury está apaixonado, parece que viu o passarinho verde, mas não gosta que brinquem com isso porque toda brincadeira tem um fundo de verdade, pior cego é o que não quer ver. Até porque coração é terra que ninguém pisa, e se não der certo, vão os anéis e ficam os dedos, tristeza não paga dívidas. Mas Amaury sempre acredita no conto do vigário e fica a ver navios nas mãos das mulheres, acaba com a corda no pescoço por acreditar em histórias do arco da velha, vai ficando um chato de galocha com suas lamentações, fala mal das garotas e todos riem e comentam: quem desdenha quer comprar, quem tem burro e anda a pé é mais burro, se sabe o que eu sei cala-te e me calarei. Mas Amaury sempre tem respostas na ponta da língua, fala mais que o homem e da cobra, sempre quer dar um passo maior que a perna, fica com um olho no peixe e outro no gato, jogando verde para colher maduro. Eu digo para ele, Amaury, não seja preguiçoso para não trabalhar dobrado, em terra de cego quem tem olho é rei, e os últimos serão os primeiros. Ele sofre pelo passado, e fica ansioso pelo presente, mas já disse a ele que águas passadas não movem moinhos e para ficar sossegado porque à noite todos os gatos são pardos. Amaury acha que vai achar a solução para os seus problemas em casa, e procurou por ela de cabo a rabo. Eu sempre falo que santo de casa não faz milagre e que na casa de ferreiro o espeto é de pau.
Ele me agradeceu a ajuda, assim como a Regina, o Paco o João e o Amaury,
Eu respondi: relaxa compadre e compadre, estamos aqui para o que der e vier, porque uma mão lava a outra e as duas lavam a cara.
Você comadre e compadre, lendo este texto maluco, eu não estou sobre nenhum efeito de ilícitos, só não quero que nossos amigos provérbios batam as botas com o passar dos tempos, porque são relíquias e valem tesouros, se você concorda comigo, use e abuse, para que futuramente nossas conversas não fiquem mais paradas que águas de poços e que fiquem divertidas com verdades de alguém. Porque a verdade, meus caros e queridos, dói mais do que bala de carabina, mas liberta. E desça para terra homem ou mulher, porque se você vem com a farinha para me sujar, eu já estou com o bolo e cobertura para te melar.

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