Pesquisar este blog

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Se beber não dirija!



Olá meus queridos, vim compartilhar com vocês mais uma experiência de job que me deixou pensativa a respeito do povo brasileiro, cheguei a seguinte conclusão: este povo merece ser estudado.
Sexta, sábado, domingo e sexta pós carnaval fui chamada para fazer um job do Detran de educação no trânsito, se beber não dirija que chamava: foca na vida. Eles usaram a moda da foca, e a colocaram como referência para chamar mais atenção do povo para algo que é tão sério: beber bebidas de álcool e sair dirigindo. Fiquei super feliz por ser escolhida para este job porque era início do carnaval, onde estava todo mundo feliz e bêbado. Brasileiro adora uma desculpa para comemorar, beber até cair e curar todas suas insatisfações pessoais e interpessoais na cachaça, isso sempre foi assim, chega a ser algo cultural. Mas é claro que tem aqueles compadres que não estão insatisfeitos com absolutamente nada, estes bebem para comemorar, ou para se divertir, ou porque gostam mesmo é de um goró.  Se estou fazendo um trabalho que consiga conscientizar um grão de areia, eu já fiz algo para ser lembrada.
A ação funcionava da seguinte forma, escolheram alguns modelos para ficar na frente no sambódromo nos portões de entrada distribuindo leques que diziam: não vire estatística, se beber não dirija, sua vida vale mais. Máscaras masculinas e femininas de focas com o dizer: foca na vida.  Adesivos para colar nas roupas das pessoas em incentivo a campanha. O nosso grupo ficou no sambódromo, outros nos blocos espalhados pela cidade.




O que mais me chamou atenção neste job foi: teve gente que passava reto e nem dava atenção porque achava que a gente estava vendendo coisa ou querendo arrumar uma forma de pedir dinheiro, teve pessoas que achavam isso mas pelo menos escutavam para ter certeza, e aí se sentiam mal porque julgaram. Teve gente que não queria ser perturbado mesmo, então desviava a gente como se não houvesse amanhã, e outros que perguntavam se era de graça. Mas eu entendi porque isso aconteceu. Tinha muita gente no mesmo portão abordando as pessoas para entregar e falar da campanha, quem estava entrando se assustava ou era pego de surpresa. Como percebi que isso estava acontecendo me coloquei no meu lugar para não ser mais uma a assustar as pessoas. A maioria do público que eu abordei foi pessoas mais velhas, de 50 para cima, muitas famílias com crianças, achei interessante porque vi os dois lados da moeda. Pais com crianças que nos ignoravam e pais com crianças que nos parabenizavam pela ação e nos desejavam bom trabalho, mas vou dizer que  pelas minhas contas sessenta por cento foi super receptivo e quarenta não foi, e essa estatística é triste: teve gente que disse, que estava pouco se lixando, que já tinha bebido e dirigido, outros diziam que saíram de transporte para poder beber, outros de uber e etc. 



O que mais me chocou foi que uma campanha como essa, de utilidade pública, que tinha tudo para estourar, não agradou todo mundo, teve gente que questionou o fato de beber e dirigir ser errado, simplesmente porque Brasileiro adora o jeitinho, quer que as leis funcionem para todo mundo, mas quando a água bate na bunda quer burlar. E se fosse sua mãe que morresse vitima de um atropelamento por alguém alcoolizado, e se você ficasse paraplégico porque alguém bêbado colidiu com seu carro, e se fosse seu pai, sua filha ou qualquer pessoa que você ame, duvido que não ia querer fazer justiça ou apoiar a lei de educação e conscientização do Detran.
Meus compadres, eu não estou puxando o saco do Detran, toda burocracia de toda instituição brasileira tem alguma coisa a se questionar, mesmo sabendo que a burocracia em si é uma forma de organização, mas é feita de homens. A campanha foi algo super útil, eu achei a iniciativa do Detran muito legal e fiz o job com amor, me vesti de foca, desfilei no sambódromo de foca porta bandeira, e acho que o momento que estamos vivendo pede campanhas deste tipo. Por isso eu achei de extrema relevância.



Você já parou para pensar que todos os dia alguém morre atropelado e na maioria das vezes é por alguém alcoolizado? Isso é algo muito grave e as leis punitivas para isso devem sim ser graves. Porque brincar com a vida de alguém não é mera irrelevância, por isso eu fiz este job com maior alegria porque eu não quero que ninguém do meu convívio vire essa estatística. 65% das mortes no trânsito estão associados ao álcool e a velocidade. Consciência galera.
Gostaria de agradecer a agência por este trabalho de 4 dias de muita alegria!

Nenhum comentário:

Postar um comentário