Olá meus queridos,
vim compartilhar com vocês mais uma experiência de job que me deixou pensativa
a respeito do povo brasileiro, cheguei a seguinte conclusão: este povo merece
ser estudado.
Sexta,
sábado, domingo e sexta pós carnaval fui chamada para fazer um job do Detran de educação no
trânsito, se beber não dirija que chamava: foca na vida. Eles usaram a moda da
foca, e a colocaram como referência para chamar mais atenção do povo para algo
que é tão sério: beber bebidas de álcool e sair dirigindo. Fiquei super feliz
por ser escolhida para este job porque era início do carnaval, onde estava todo
mundo feliz e bêbado. Brasileiro adora uma desculpa para comemorar, beber até
cair e curar todas suas insatisfações pessoais e interpessoais na cachaça, isso
sempre foi assim, chega a ser algo cultural. Mas é claro que tem aqueles
compadres que não estão insatisfeitos com absolutamente nada, estes bebem para
comemorar, ou para se divertir, ou porque gostam mesmo é de um goró. Se estou fazendo um trabalho que consiga
conscientizar um grão de areia, eu já fiz algo para ser lembrada.
A ação
funcionava da seguinte forma, escolheram alguns modelos para ficar na frente no
sambódromo nos portões de entrada distribuindo leques que diziam: não vire estatística,
se beber não dirija, sua vida vale mais. Máscaras masculinas e femininas de
focas com o dizer: foca na vida. Adesivos para colar nas roupas das pessoas em
incentivo a campanha. O nosso grupo ficou no sambódromo, outros nos blocos espalhados pela cidade.
O que mais
me chamou atenção neste job foi: teve gente que passava reto e nem dava atenção
porque achava que a gente estava vendendo coisa ou querendo arrumar uma forma
de pedir dinheiro, teve pessoas que achavam isso mas pelo menos escutavam
para ter certeza, e aí se sentiam mal porque julgaram. Teve gente que não
queria ser perturbado mesmo, então desviava a gente como se não houvesse
amanhã, e outros que perguntavam se era de graça. Mas eu entendi porque isso aconteceu. Tinha muita gente no mesmo portão
abordando as pessoas para entregar e falar da campanha, quem estava entrando se
assustava ou era pego de surpresa. Como percebi que isso estava acontecendo me
coloquei no meu lugar para não ser mais uma a assustar as pessoas. A maioria do
público que eu abordei foi pessoas mais velhas, de 50 para cima, muitas
famílias com crianças, achei interessante porque vi os dois lados da moeda.
Pais com crianças que nos ignoravam e pais com crianças que nos parabenizavam
pela ação e nos desejavam bom trabalho, mas vou dizer que pelas minhas contas sessenta por cento foi
super receptivo e quarenta não foi, e essa estatística é triste: teve gente que
disse, que estava pouco se lixando, que já tinha bebido e dirigido, outros
diziam que saíram de transporte para poder beber, outros de uber e etc.
O que mais
me chocou foi que uma campanha como essa, de utilidade pública, que tinha tudo
para estourar, não agradou todo mundo, teve gente que questionou o fato de
beber e dirigir ser errado, simplesmente porque Brasileiro adora o jeitinho,
quer que as leis funcionem para todo mundo, mas quando a água bate na bunda
quer burlar. E se fosse sua mãe que morresse vitima de um atropelamento por
alguém alcoolizado, e se você ficasse paraplégico porque alguém bêbado colidiu
com seu carro, e se fosse seu pai, sua filha ou qualquer pessoa que você ame,
duvido que não ia querer fazer justiça ou apoiar a lei de educação e
conscientização do Detran.
Meus
compadres, eu não estou puxando o saco do Detran, toda burocracia de toda
instituição brasileira tem alguma coisa a se questionar, mesmo sabendo que a
burocracia em si é uma forma de organização, mas é feita de homens. A campanha foi algo super útil, eu achei a iniciativa do Detran
muito legal e fiz o job com amor, me vesti de foca, desfilei no sambódromo de
foca porta bandeira, e acho que o momento que estamos vivendo pede campanhas
deste tipo. Por isso eu achei de extrema relevância.
Você já
parou para pensar que todos os dia alguém morre atropelado e na maioria das
vezes é por alguém alcoolizado? Isso é algo muito grave e as leis punitivas
para isso devem sim ser graves. Porque brincar com a vida de alguém não é mera
irrelevância, por isso eu fiz este job com maior alegria porque eu não quero
que ninguém do meu convívio vire essa estatística. 65% das mortes no trânsito
estão associados ao álcool e a velocidade. Consciência galera.
Gostaria de
agradecer a agência por este trabalho de 4 dias de muita alegria!
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