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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Seria eu, tu, eles, fantoches da vida?

Você já parou para se perguntar, meu compadre e minha comadre, para que você veio ao mundo? Qual seu destino, por que nasceu, qual sua verdadeira missão? Seria sua missão ter um labrador no quintal, cinco filhos, e ler histórias para eles deitado na rede?
Seria seu destino ser um pesquisador de sucesso, com uma vida feliz e uma família contente?
Você acredita que nada é por acaso ou casualidades fazem parte da vida?
Você acha que uma pessoa pode estar no lugar errado, na hora errada, ou tudo que tem que acontecer acontece independente do lugar que você esteja?
Você já escutou histórias do tipo: Sabe o senhor João? Aquele, o dono do boteco pé de feijão. Você sabia que ele levou um tiro no peito e só não morreu porque estava com uma moeda no bolso que não deixou a bala furar? Barbaridade, este João tem é muita sorte. Seria mesmo sorte, ou não era hora de partir do senhor João?
Como você explica certos acontecimentos do tipo: 100 pessoas estavam num avião que caiu, e aí uma pessoa das 100 sobrevive. Seria isso uma casualidade?
 Esta é só uma história destas que a gente escuta por aí que nos faz questionarmos qual o sentido dessa vida maluca. Tem coisas que não foram feitas para serem entendidas, tem mistérios que jamais desvendaremos, e um plano fora da matéria que jamais entenderemos.
Você é como eu, que fez uma, duas, três, quatro, várias tentativas na vida, e na maioria das vezes recebeu não como resposta? Você viu uma saída ali, e foi por aquele caminho, mas deu ruim, aí você deu ré e fez outra tentativa, e não deu de novo, e repetiu, e repetiu, você sempre faz alguma coisa, tem boas ideias, mas parece que só o que você tem são migalhas da vida.
Mas não seja ingrata comadre, você não tem só migalhas, olhe quantas coisas boas aconteceram com doçura e você aí vendo só o amargo da vida, isso não se faz. Você é uma pessoa que procura ser boa com o outro, não maltrata, é empático, honesto da maneira que pode, é compreensivo, mas mesmo assim, parece que a energia positiva que você joga para o universo, sempre tem sentido de flecha contrária a você?
E agora você tem que aceitar as migalhas mesmo que ainda dormidas do pão da vida, migalhas de pessoas que só te presenteiam com desculpas esfarrapadas e sobras frias e estragadas? Será este o carinho que você merece? Onde está seu valor?
Pois, bem-vindo ao clube, você não é o primeiro nem único a se sentir assim.

Você pode ouvir por aí gente te diminuindo com a fala que você não sabe o que vai ser, pode ouvir que você é um fracassado e que não é bom em nada, ou o bastante, ou você mesmo pensa isso de você as vezes, por conta de tanto nadar, nadar, e morrer na praia, mas não se desespere, pessoas que falam mais do que o homem da cobra e não contribuem em nada para a humanidade, e na minha, na sua, na nossa vida é o que tem de sobra. Não basta saber para que veio, basta mesmo é diminuir os outros, pois só assim estas pessoas podem se sentirem superiores. Como o ser humano é medíocre quando não complicado as vezes né?



Mas se for pensar bem, a gente já nasce com o não. Temos que disputar com trocentos espermatozoides, apostar uma maratona de natação para chegar lá. Pode parecer clichê, mas aí você já venceu, você foi o primeiro, e este foi seu desafio número 1, se for olhar por este lado, a vida te deu a escolha de viver ou não, se você fosse mesmo teimoso e preguiçoso e só lagarteasse, nem teria conseguido. Então você recebeu seu primeiro sim, mas foi graças ao seu esforço, você escolheu viver. Ou seja, você não é tão vagabundo assim como dizem, essa visão está distorcida.
Mas aí você conheceu a luz, porque você chegou primeiro, legal, você venceu, você teve mais um desafio pela frente, esperar os nove meses apertado num negócio quente, cheio de água, que às vezes você meio que bebia água sem querer, e não se sentia tão bem, se sentia apertado, queria esticar os braços mas o espaço era limitado, e quando tinha alguém dividindo espaço com você? Mal você sabia que a vida estava te treinado para pegar a linha vermelha no horário de pico no metrô, isso sim é diminuir distância e aproximar pessoas.
Então você sentiu um monte de coisa ruim da sua mãe, sentia coisa muito boa também, se escutava alguém cantando sua mãe, algum pedreiro maltrapilho, você sentia vontade de dar o primeiro chute, e esta foi sua primeira manifestação de stress. Você já tinha bossa para lutar contra o machismo independente do seu sexo, e já defendia a ideia que ninguém tem o direito de assediar, cantar, ou repudiar uma mulher nem se ela estiver nua, em hipótese alguma. Você então nasceu.
Mas a vida meio que te negou a vinda, mesmo na linha de chegada, o médico te dá um tapa na bunda, para você saber que a vida não é moleza não, aí você chora, e sente o salgado das lágrimas.
O seu primeiro não se transformou num sim, bem-vindo a vida.
Mas ai com o passar dos anos você começa a desfrutar da vivência, começa experimentar sabores, formatos e cores, vai para escola para interagir com outros que estão na mesma vibe que você, aprende a usar o penico, fica mais independente para fazer suas necessidades fisiológicas, o que te dá mais segurança, e aí você se torna um adolescente, aborrescente para alguns, começa a descobrir sua personalidade, do que gosta, desvendar seu corpo, conhecer outros corpos, mal sabe você que tudo que você viveu até ai, mesmo que pareça pouco, pode limitar suas escolhas e habilidades pelo resto da sua vida. Você acha que tem o rei na barriga e é o dono da verdade e sabedoria, tem resposta na ponta da língua para tudo e sua mãe começa a te chamar de queixo duro e respondão, mas você nem liga, afinal, você tem personalidade e pouco se importa com o que dizem. Talvez uma coisinha torta que aconteceu quando você tinha seus 8 anos, pode te fazer não conseguir ser bem-sucedido profissionalmente ou em outra área da sua vida agora, e isso pode te bloquear para sempre. Complexo não? E aí você é julgado por amigos, pela sua família, alguns te chamam de vagabundo, outros de perdido, outro de vida louca, outros de encostado, de exótico, esquisito, peso morto, sei lá, chamam de qualquer coisa negativa que te causa um mal-estar absurdo, barbaridade, como viver as vezes é cansativo. Aí começam as comparações, malditas comparações. Ahh mas o filho do compadre Bartolomeu se tornou doutor, já tem casa, carro, e três filhos, aquela família é bem sucedida, ahh a filha da comadre Leonora é esteticista e trabalha com o melhor médico de estética do planeta, e você aí pichando muro, e andando de skate pleno dia de semana. Seu vagabundo.


Se você já se sentia o mosquito do coco do cavalo do bandido, agora você quer deitar no chão e se estrebuchar.
Porque não basta o que você faça e se você é feliz ou não, o importante é ser doutor, porque se você não for um, você é um bosta, um ser humano desprezível.
A que ponto chegamos?
Conheço pessoas por aí que devem até as calças para o banco, mas precisam andar de Ferrari, mal podem pagar a gasolina, mas não basta estar na merda, o que basta é as pessoas acharem que não estão na merda. Status é uma coisa ridícula.
Não basta viajar para Europa, tem que contar para todo mundo que viajou para Europa, mesmo que compre fiado no café da esquina, o cara é foda, porque viajou para Europa. E usa uma calça de 5 mil reais, quando o bagual morrer esta calça poderosa terá o poder de ressuscitá-lo.
Meu povo, eu prefiro não ser 100% bem-sucedida, não ter encontrado minha missão e minha vocação ainda, não ser rica fina e poderosa da Oscar freire, ou melhor, da champ elysee, mas viver com honestidade, mesmo que seja o que eu tenho para agora sem dever para ninguém, deitar a noite a cabeça no meu travesseiro, e lembrar de tudo que eu não estou fazendo de errado e de mal para os outros e ver que, eu procuro fazer o que eu posso para ser justa. Será mesmo que uma pessoa com mentalidade medíocre tem amnésia de memória quando deita para dormir? Será que a pessoa sente culpa, ou nem faz ideia do que é isso? Será que sacanear os outros ou se achar a última coca cola do deserto não causa nenhum tipo de remorso?
Às vezes eu me sinto um fantoche da vida sim, eu tento, não dá, eu me canso, respiro fundo e tento de novo, e é não mais uma vez, eu busco energia do mais íntimo do meu ser para encontrar um plano z, vou em frente e tento mais uma vez e não dá de novo, será que depende só de nós? Vejo pessoas fazendo as coisas da maneira mais torta possível e aparentemente estão alcançando o topo mesmo passando a perna e menosprezando os outros, será mesmo que elas são felizes?


Se você está em busca de uma oportunidade de emprego por exemplo, você pode fazer o que for, depende de outra pessoa te querer ou não, e muitas vezes as pessoas não nos querem e a gente nem tem como saber o que fizemos de errado, é injusto? é. Elas não nos presenteiam nem com um feed back para sabermos o que podemos melhorar. Eu já vi caso de gente que teve emprego negado porque era muito bonito, outros porque eram feios, mas a beleza não é relativa e incomparável?
As vezes a gente se revolta, olha para o céu e diz: meu deus, porque você só me dá migalhas e me faz de fantoche?
Mas será que a culpa é dele?
A culpa é da Dilma, é do bueiro, ou é do coador de café?
Por que temos que nos conformar dizendo que sempre poderia ser pior, ou que tem pessoas em situações piores, seria isso um conformismo não tão conformista, mas ao mesmo tempo distorcido da nossa realidade, que não nos cai bem e nos é negativa?
Será que têm indivíduos que vieram ao mundo para viver sem função? Ou vieram para ser luz na vida de outros indivíduos em alguma etapa da vida e só? Será que existe missão, destino, sorte, ou o que nos alimenta de fato é a fé, mesmo achando que as vezes a vida nos faz de fantoche? O que nos paralisa e não nos faz prosperarmos?
Você faz diferença na vida de alguém, ou na rua que passa?
Se você morresse amanhã quem sentiria sua ausência? Será que você iluminou a vida de alguém ou só deixou marcas negativas do seu egoísmo, e a essência, você tem, ou só possui beleza externa?
Talvez o que nos faz pessoas melhores é nosso otimismo ao pensarmos que viver é um desafio sim, mas você escolhe sofrer ou viver. Chorar, lamentar e reclamar nunca melhora a situação, muito pelo contrário, nos deixa mais revoltados. E quanto a nossa convivência com pessoinhas, ou pessoas vazias e tóxicas? Com elas aprendemos a sermos diferentes. Ninguém passa na nossa vida por acaso.


Se você acredita em Deus, ou em alguma energia que te move, diga para ele ou ela, pois são seus melhores amigos, se pergunte o que você fez de errado ou o que fez para merecer, e o que você tem que aprender com esta merda toda, afinal de contas, o que é um peido para quem está cagado. O céu sempre manda um sinal, através de um amigo, de um mendigo, de qualquer pessoa que cruza nosso caminho, até num sonho psicodélico, a vida fala conosco e interage o tempo todo, se precisar brigar com ela, brigue, seja sincero, grite, chore, se isso te fizer sentir melhor. A verdade está em todo lugar, ela é mais cristalina que água pura, beba desta água.
Pare e pense o que você tem de bom até agora, por mais negativo e cego que esteja, sempre tem algo que você conquistou enquanto estava se sentindo ferrado. Mesmo que na balança pese o que foi ruim tente enxergar o que é, e o que foi bom, sabe o jogo dos 7 erros? Você só enxerga o que falta na outra figura e nunca o que está colorido, para a vida é a mesma coisa, você está vivo e está tentando, pior do que tentar e errar é não tentar por medo de fracassar. Quando a gente só enxerga a sombra na nossa frente, perdemos o parâmetro da luz, e a luz costuma iluminar a cegueira.


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