Compadre e
comadre, vamos refletir sobre algo interessante. Quão intenso você é em sua
vida, carreira, relações, existir?
Você já
parou para pensar em como as relações interpessoais estão líquidas? Por que
isso acontece?
Por que nós,
seres humanos racionais e evoluídos trocamos uma conversa cara a cara, olho no
olho, saliva, saliva, para ficar olhando para uma tela esperando o sinal
azulzinho de mensagem lida?
Mas comadre,
não seja uma tri bicha sem futuro, a melhor coisa que aconteceu foi a evolução
tecnológica dos “smarts phones”.
Sim, eu sei,
eu acho que foi uma mão na rodinha dos nossos patins, mas isso precisa ter
limite, isso precisa ter respeito, nós não somos robôs, e nós precisamos de
contato humano, isso não dá para negar.
Por que para
algumas pessoas a vida é um eterno abrir mão e para outras isso não faz o menor
sentido? Você é do qual tipo? Que abre mão ou que te dão a mão e você pede o
braço?
A vida é de
fato um eterno abrir mão, porque a partir do momento que escolhemos o A, o B
automaticamente foi excluído, rejeitado, magoado, e foi ignorado mesmo a gente
sabendo que o B existe e que ele contrasta o A, que gostaria de ser escolhido e
se sentir especial também. Já dizia meu pai, mais vale um gosto que um tostão
no bolso. Mas há aquele querido que acha injusto escolher, então fica com o A,
o B, enganando ambos e a si mesmo, é uma realidade triste, mas o mundo está
cada dia mais assim, recheado de compadres e comadres que não querem assumir as
consequências das escolhas, porque os valores de certo e errado estão cada vez mais
obsoletos, anseio tristemente viver num mundo onde tudo é permitido mesmo
quando nem tudo lhe convém e me convém. Espero do mais íntimo do meu ser e
coração, que isso nunca aconteça, que os valores primordiais nunca se percam.
Mas por que
temos tanta dificuldade de escolher e de abrir mão?
Por que
sempre queremos ir pelo caminho mais curto?
Por que
vivemos com medo de sofrer, de flutuar, e de tirar os pés do chão? Por que
sempre optamos em estarmos rodeados de pessoas, mas voltamos para casa
sozinhos?
Hoje vivemos
na era dos aplicativos, pois com ele podemos pular a etapa da conversa, e irmos
direto ao que interessa. Mas por que ninguém quer conversar, ninguém quer
desvendar o outro em sua mais íntima profundidade?
Em que ponto
estamos chegando? Por que é tão difícil respeitar o limite do outro. Será que
somos perfeitos?
Não, sabemos
que não somos. Então por que desistimos do outro na primeira dificuldade? Por que
rasgamos o nosso companheiro e o jogamos no nosso cesto de lixo na primeira
oportunidade que temos.
Por que as
pessoas estão vivendo de forma tão egoísta e banal?
Será que
isso tudo é um mecanismo de defesa para não sofrer, ou é covardia mascarada?
Por que muitos
de nós sentem como se estivessem sobrando na vida de outrem, porque temos que
nos contentar com um momento feliz sem poder pedir bis?
Talvez
porque nunca falta quem nos sobra.
Onde foi
morar o compadre compromisso, o compadre bagual de fibra, que cumpre o que diz?
Cadê nosso
bom senso com nós mesmos e com as pessoas que nos relacionamos, cadê a empatia,
o amor, a compaixão e a sensibilidade, até que ponto somos tão evoluídos assim
se nos transformamos em robôs?
Será que o
para sempre morreu, ou alguém comeu?
Será que
nossa geração morrerá velha, banguela e solitária?
O que será
de nossas vidas?
Será que
vivemos num eterno abrir mão?
Tem coisa
melhor que viver as coisas no seu mais amplo sentido, desvendar e experimentar
tudo que é necessário e possível até chegar naquela raspinha da panela que todo
mundo adora? Tem coisa mais maravilhosa do que um frio na barriga de um
reencontro, de um beijo apaixonado, de um abraço daquele amigo ou ente querido
que não vemos faz tempo? Por que estamos abrindo mão das coisas essenciais? Por
que estão se transformando em invisíveis e estão deixando de existir? Por que estamos
retrocedendo e estamos nos preocupando com coisas que não são tão importantes?
“Até onde
vai a liberdade? Onde está traçada esta linha?
A fronteira da sua vontade, termina onde
começa a minha”.
“e...enquanto
a vida vai e vem, você procura achar alguém , que um dia possa te dizer: quero
ficar só com você”.
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