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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Apego ou Desapego?

Desapega, desapega, OLX...


Dentre todas as formas de apego, quiçá a emocional seja a mais perigosa, porque ela escraviza, acorrenta, e não deixa os ciclos se encerrarem, não permite aquilo que precisa ir embora se tornar livre.
Mas comadre, como desapegar, se meu coração é burro e quer ficar no quentinho, no comodismo?
Use a imaginação e a razão, como pode existir amor se não há liberdade? Aquele que tem apego agarra o apegado com unhas e dentes e acaba forçando uma situação que já teve início, meio, e fim. O apego é um veneno, tanto para quem faz uso dele, como para quem é receptor ou vítima.
Pare, reflita: será que existe o apego bom?

Tem aquele compadre que é apegado à mãe, aí quando arruma uma namorada a transforma na própria mãe, há aquele que tem apego aos bens e vira escravo do próprio dinheiro. Aquela que o filho arruma namorada e faz de tudo para miar com o romance, porque acha que o filho ficará eternamente debaixo da sua saia e nenhuma mulher é boa o bastante. Outro que tem apego as coisas, amando as mesmas e usando pessoas, há louco para tudo meu querido. Mas trocando em miúdos, apego nunca é manobra certa da estrela. Veja se as pessoas são apegadas ao amor, a compaixão, a empatia, se elas fossem estaríamos todos salvos, e o mundo estaria livre de problemas.


Por que é tão difícil desapegar?
Por que julgamos tanto  as pessoas extremamente desapegadas denominando-as de sem corações ou frias?
Calma lá compadre, não confunda focinho de porco com tomada, uma coisa é ser desapegado, outra coisa é ser egoísta.
Talvez o apego seja algo nato do ser humano, somos apegados a nossa mãe principalmente porque ela nos alimenta e precisamos dela. Mas e aquele namorado que a gente gosta muito, e não sentimos recíproca, muitas vezes somos diminuídos e não somos tratados da forma que merecemos. Por que somos apegados a algo que não é bom?
Porque somos escravos, e nos conformamos com algo que poderia ser melhor, na esperança de que seja melhor, a expectativa é a mãe da tragédia e da decepção, o que precisamos entender é que as coisas, pessoas e sentimentos mudam a todo instante, e se de fato o que sentimos é verdadeiro, terno e sublime, devemos deixar o outro fazer o uso do livre arbítrio, isso serve para qualquer coisa, para relacionamento de amizade, amoroso, entre parentes, de emprego, de bichos de estimação e todo relacionamento onde o apego faz morada.
Tudo que é nosso, volta para nós, tudo que é verdadeiro é libertador.


O que precisamos fazer é substituir os apegos, se sou apegada a algo que não é bom para minha vida, passo a me apegar a uma virtude que pode me ajudar a ser melhor. Faço uma troca justa, faço com que se transforme num hábito. Mas comadre, você fala como se fosse fácil. Não é, mas aí está o desafio da vida, fazer coisas difíceis para viver de uma forma mais harmoniosa. Isso é vida, isso é amor próprio, isso é desafio, se a vida não fosse desafiadora morreríamos de tédio.
Pratique o desapego do que não é bom, se apegue naquilo que te faz bem e que é bom. O amor não causa desconforto, se isso está acontecendo, há apego e não amor.
Ah, mas comadre, eu tinha uma namorada, que me deixou e eu ainda gosto dela. Não consigo desapegar.
A pergunta que eu te faço é: Você gosta de você? Você se ama? Se namore, fique sozinho, se conheça, aprecie sua própria companhia, a partir do momento que você conseguir suportar você mesmo com seus limites, e se amar mesmo assim, limitado cheio de defeitos, você estará pronto para conhecer a mãe dos seus filhos, a mulher que pediu a Deus, a mulher da sua vida e da estrela, nível hard ainda.
Desapegue daquele emprego que você detesta, daquele amigo, que não é verdadeiro, daquele carro que só dá problema, daquele relacionamento que te anula e diminui, de tudo que te amarra e embaraça, simplesmente, deixe ir...


Desapegar- se é ser livre e dar o direito ao outro de também ser. A dor do desapego é inevitável, pois não é fácil deixar o que se ama ir, mas o sofrimento pela escolha de deixar ir é opcional. Uma coisa é mais que certa: não coloque sua felicidade, esperança, alegria, e expectativas na mão de ninguém, mas de ninguém mesmo, se não a pessoa tira e você fica sem. A única pessoa que pode suprir suas necessidades psicológicas é você mesma.
O desapego está na consciência tranquila, daquele que fez de tudo para fazer o outro feliz, e que aceita sua escolha de não ficar, que ama incondicionalmente, mas que não aceita migalhas. Nada mais libertador que deitar a cabeça no travesseiro com a paz de quem fez de tudo por amor, e que se pudesse não faria nada diferente.
Porque se soubesse tudo o que sabe agora, faria tudo exatamente igual.

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