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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Vai arregar ou vai saltar?

Um salto para vida...


Neste textinho vou compartilhar com os compadres e as comadres uma sensação: A sensação de saltar de paraquedas.
É meio ambíguo e paradoxal falar da senhorita sensação, seria mais sensato dizer no plural esta comadre, porque é impossível sentir um tipo só.
Se você já saltou pode ser que tenha sentido algo parecido, se está pensando em saltar, vai saber mais ou menos como é, apesar de que cada cabeça tem sua sentença, e se não saltou talvez você desista ou tenha certeza do que quer ou não quer fazer.
Vou compartilhar a minha experiência, e a de alguns amigos.

Quando você chega no local, é inevitável olhar para o céu, se você já curtia o céu, vai curtir muito mais, você olha porque vai ver um monte de baguais saltando. Aí pensa, se eles podem, eu também posso, aí vai dando um friozinho na barriga conforme você vai se aproximando. Lá chegando, vai vir um instrutor que vai te falar todas as manhas, até porque você não manja nada dos paranauês, não faz ideia do desfecho da situação futura, o piá vai te passar as informações, posições que deverá ficar, e vai pedir para você vestir um macacão. Até aí tudo bem, tranquilo e favorável. Você é convidado a subir no avião, nada mais nada menos que um Cessna, aeronave supimpa que custa um pouco mais de um milhão, aí você pára e pensa, se eu morrer, vou morrer de forma chique. Você se acomoda no banquinho e o piloto está decolando comendo uma maçã, você pensa que está vendo esta cena porque o cara deve ter experiência, e tinha, devia ter seu cinquenta e tantos anos. Mas que é muito auto segurança pilotar comendo uma maçã é, enfim, isso te deixa reflexivo.


O instrutor está colado em você e você começa a pegar altitude, dá um frio na barriga, mas nada fora do comum, você pensa em arregar, mas não quer pagar de covarde, ao mesmo tempo que pensa no seu pet, em quem irá alimentá-lo se você não voltar, que deveria ter dito aos seus pais que os amava, que esqueceu a janela do quarto aberta e pode chover, que esqueceu a roupa no varal, porque sim, você pensa que é um salto sem volta, e você reflete, quem precisa disso para sua vida? Eu poderia estar no chão, em casa, sem perigo e risco, sinto que caí de paraquedas aqui, estou tri arrependido nível hard, não estou pronto para morrer, eu não cumpri ainda minha missão aqui na terra, por que eu fui procurar o chifre na cabeça do cavalo baio? Aí você se alto chacoalha para parar com os melindres e focar na missão,  mas aí está ficando alto, e o piloto precisa voltar sozinho, porque dizem as más línguas que quem desistiu lá em cima, comeu o pão que o diabo amassou se voltou com o piloto, com direito a efeito G e todas as patifarias para castigar aquele que se cagou de medo, ou melhor, arregou mesmo e não quis saltar.
O instrutor aponta no relógio que está chegando a hora, que os 12.000 pés estão próximos, e chegou sua vez.
Você fica na posição indicada, já está com as pernas e pés fora do avião, não tem mais jeito, ou vai ou vai.
Você cai, nesta hora, é indescritível a sensação, está em queda livre, grudado em outra pessoa, eu só pensava que ia espatifar se o paraquedas não abrisse porque por azar, meu instrutor estava acima do peso, a queda livre durou uns segundos, nessa hora, mesmo que esteja com olho aberto você não vê nadica de nada, aquele óculos atrapalha sem cerimônia, imagine que você é um foguete em forma de humano, se o foguete tivesse sentimentos ele diria que seria você nesta hora.
Seu instrutor não dá um pio, e você se pergunta se o cara está acordado e se vai lembrar de puxar a cordinha, mas você é bonzinho e não se intromete, pois aprendeu a obedecer. Daqui a pouco você sente um solavanco. Uma pancadinha assim de leve, ufaaaaa. O paraquedas abriu, nesta hora você enxerga seu pé passeando pelo céu azul, vai para cá e para lá como se fosse um pássaro, você é autorizado a manobrar o paraquedas e você faz, pois, o pior já passou, mas você ainda vê coisas e pessoas em miniatura porque está bem alto compadre, barbaridade. Será que o pior já passou, será que agora estamos livres de problemas? Só que não. Aí vocês vão chegando perto do chão, e se você tiver sorte você faz a posição indicada, segura as pernas e cai de bunda, sem impacto, feliz e sorridente. Acabou e você está vivinho em folha. Se você tiver pouca sorte, você cai numa velocidade muito além do imaginado, de bunda, devido a querida comadre rajada de vento que resolveu te visitar agorinha, na horinha da sua querida descidinha. Em seguida cai o instrutor em cima de você, quase ao mesmo tempo, você literalmente nesta hora quebra o rabo. Sim compadre e comadre, isso pode acontecer, e não é legal, você fica uns 4 meses lembrando do seu salto toda vez que se mexe.



Valeu a pena?
Sim, sempre vale, quem não gosta de vento no rosto, adrenalina, e uma aventura às vezes?
Saltar de paraquedas te proporciona inúmeras sensações, te faz ficar de cara com a dúvida de não saber se aquele vai ser seu último suspiro, ou último momento maluco, te faz ficar de cara com a morte, de cara com o inevitável, te faz sentir medo, ansiedade, receio, alegria, arrepio e tudo ao mesmo tempo, testa seu cardio para ver se você está com o coração bom. Isso é estar vivo, é sentir tudo a flor da pele, e você precisa decidir, se vai ou se fica, se arrega ou se salta.
Saltar de paraquedas é fazer escolha, é abrir mão, é ganhar mão, é aquela sensação de não sabe se vai ou se fica, não sabe se fica ou se vai, se você não for vai passar o resto da vida se perguntando como teria sido, e não há nada mais triste do que chegar num momento da vida querendo saber porque não foi.


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Mãe, cadê minha marmita?

A arte de morar sozinho(a)...


Este texto é para você, compadre, comadre, bagual, você aí que saiu de casa e continua indo comer o arroz e o feijão da mãe, da vó, da tia.
Mas comadre, mas é sério isso?
Éeeeeee, barbaridade.

Este textinho é para você que fala com o peito erguido para todos os seus amigos que você mora sozinho, mas quando vira as costas pós balada 4horas da matina, vai para casa da mãe filar café da manhã, se estende pro almoço, e se deixar, bagual fica pro jantar, para abusar um pouco mais da boa vontade da mãe, ainda leva as trouxinhas de roupa para pobre coitada lavar. E quando chega as continhas, bagual se adianta e manda tudo para mais uma vez a coitada da mãe pagar, porque não basta filar boia, tem que fazer o serviço completo.


Ôhhh bichinho sem futuro, eita potro sem dono.
Compadre, comadre, você só mora de fato sozinho quando: você paga todas suas contas sem auxílio paterno/materno/familiar, você sabe fazer seu rango, seja ele uma gororoba que nem seu cachorro dá conta de comer, e seu gato faz careta ao cheirar, sabe lavar sua calcinha e sua cueca. Aí sim você é um bagual de fibra. Você pode não saber cozinhar meu querido, isso não é um problema, mas, ou você pode pagar para alguém fazer, ou você combinou com sua mãe que ia sair de casa mas que seu bucho ia continuar sendo alimentado, acerto é acerto, combinado não sai caro, ou você pode comer nos restaurantes, podendo arcar com seus custos.


Ahhh mas e quem não sabe trocar chuveiro? Ahhh eu não sei, mas aí temos os amigos eletricistas para isso irmãozinho.
Estou refletindo neste texto sobre aqueles queridos e queridas que saem da casa dos pais e não sabem nem lavar o sovaco, moram sozinhos só para pagarem de independentes por aí, mas no fundo estão na barra da saia da mãe ainda, isso é muito esquisito. Sabe aquele bagual que só sai de casa para ter independência, no sentido de não ter que dar as horas para família? Mas a responsa mesmo de morar sozinha o rapaz ou a rapariga não têm?
Se você meu amigo decidiu sair de casa, pois bem, saia mesmo. Saia mesmo no sentido de sair da barra da saia da velha e do velho, não saia só para isentar das satisfações, arque com todas as consequências além de todas as despesas.
Ahhh, mas a vida é minha, eu faço o que eu quiser e isso não é da sua conta.
Pode ser que não seja mesmo, e não é, mas uma coisa é certa, só mora sozinho aquele que leva sua roupa na lavanderia porque não tem tempo ou saco de lavar, mas paga por isso, come fora todo dia, porque não sabe ou não tem saco para cozinhar, e paga por isso, limpa sua bagunça ou contrata faxineira pagando por isso, e etc irmãozinho.


Morar sozinho é bom demais, é vida, é liberdade, é andar pelado no meio da sala sem cerimônia, é desligar o celular e assistir tv até a hora que Deus quiser comendo pipoca e brigadeiro, é deixar para limpar a casa no dia seguinte quando bateu cansaço, é chamar os amigos quando quer companhia sem sacanear os vizinhos, é dormir peladão/peladona se der na telha, é comer besteira se não está a fim de comer comida saudável de vez em quando, é cozinhar marmita para semana, é ouvir o som que quiser seja brega ou não, é fazer tudo que dá na telha, mas com responsabilidade, é ter um relacionamento sério com você mesmo, é aprender a lidar com a solidão e amar isso, é aprender que sua casa é seu templo e que nela só entra pessoas especiais, é aprender a viver na organização, mesmo sabendo que ninguém vai ver que está tudo organizado, pois só mora sozinho aquele bagual de futuro e de fibra, é a típica liberdade sem se isentar da responsabilidade.
Como isso é tri bom barbaridade.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

O que importa tem raiz!

O que importa tem raiz!


Comadre e compadre, hoje eu vou falar das nossas raízes, aquelas que nos anunciam e nos denunciam. Hoje encontramos todo tipo de gente. Aqueles que negam as raízes, mas quando abrem a boca não tem como evitar que não são daqui ou dali, sabe aquele sotaque? Então, ele mesmo, é o dedo duro, o x-9 da vida do povo. Tem aquele compadre que nega a raiz de um nível tão hard da estrela, que ele se expressa e é tão ator, que você nunca vai saber de onde ele veio, o cara é bom, engana, e muito bem. E você bobalhão, não tem noção de onde vem não.
E tem o cara tipo eu, aquele que ama de onde veio, que abre a boca e denuncia, que não perde o sotaque nunca, que já morou em duas cidades com sotaques totalmente distintos, mas que mesmo assim, a raiz condena. Sabe aquele cara que fala cantando? Então...
Sabe aquela comadre que não curtia leite quando era pequena, que sua bebida preferida era o chimarrão, e que ela tomava até o mate ficar lavado, e pedia bis? Porque mate lavado, este é um parceiro que te entende. Mas comadre, você é gaúcha, você é do Sul?  Sim e não, eu sou do Sul, mas sou um pouquinho mais de cima, minha terra é Paraná.
Ah meu Deus quando eu morrer, só uma graça para esperar, me leve logo ao paraíso, me deixe no paraná...

Só que não.


Sinceramente eu preferia ter nascido lá em baixo do mapa, porque eu cresci com a cultura gaúcha, frequentando CTGs (centro de tradição gaúcha) comendo churrasco fogo de chão, costela e afins, dançando, recitando poesia, cantando versos tradicionalistas. Uma gaúcha típica, mas não nata.
Minha cidade tinha dois semáforos ou sinaleiros que não funcionavam direito, a diversão do povo era ir a missa de domingo, tomar sorvete na praça, depois de encher o bucho de chimarrão até ficar verde pós churrasco do almoço, regado a muita carne de primeira, maionese de vó, salada, e pão, bah, delícia, andar de carro pelo centro, que não dava nem para colocar terceira que já tinha que voltar, falar da vida alheia, porque estudar era difícil e dava trabalho.
- Sabe o compadre João? Nem te conto comadre, trocou a esposa do casamento de 40 anos para ficar com uma guria da idade da filha mais nova dele.
- O mundo tá perdido mesmo.
- E o piá do Bartolomeu? Só pensa em vídeo game e ficar o dia inteiro na internet (sabe aquela internet com o E no final bem generoso? É assim que se fala).
Você viu a filha da Jurema? Está namorando o bicho sem futuro do filho do compadre Marcão.
Deixando a ironia de lado, eu gosto da minha cidade, minha vida lá foi maravilhosa, tenho ótimas lembranças, principalmente dos bailes gaúchos que eu ia e dançava até não sentir a sola do meu pé, as comidas deliciosas e o mate amargo, minha cidade era colonizada por gaúchos e eu amava isso, meu sotaque vem de lá, e eu não tenho vergonha de falar leite quente sem cerimônia com um E no fim nada tímido, de falar piá para menino e guria para menina, e barbaridade quando estou embasbacada com algo, de chamar as pessoas que tenho apreço de compadre e comadre, e bagual para homem bom e forte. Não ligo para nada disso, se meu sotaque te incomoda irmão, não fale comigo, simples assim.



A vida é um eterno abrir mão, por conta dele eu sai da minha cidade, eu também sofri “bullying” lá, eita piazada babaca, mas tudo bem, eles não sabiam nem onde a galinha mijava, fui para uma cidade com 15 vezes mais habitantes que a anterior, sofri “bullying” na escola também por conta do sotaque, vi a diferença das pessoas e do povo e assim a vida andou,  vim para uma cidade maior ainda, a maior do país, com tanta diversidade, que eu vi que meu sotaque e o meu mate viraram só um detalhe, eu sou um grão de areia, eu não conheço meu vizinho, ninguém está nem aí se eu to namorando um zé mané e to andando a pé.
Na academia quando faço a aula de abdominal eu digo para a professora que a aula fez meu bucho fritar, ela ri, e só.
Então meus queridos, a raiz está em nós, eu não estou falando só de sotaque e gosto musical, eu estou falando dos nossos valores, daquilo que nos acompanhará por toda nossa vida mesmo quando sabemos que somos metamorfoses o tempo todo, a raiz não sai, a raiz nos define, ela é nosso DNA.
Há coisas que nunca deixamos de amar mesmo sabendo que conhecemos no início da vida, eu ainda me arrepio e sei décor e salteado as canções gaúchas que eu ouvia no carro enquanto ia pro litoral, lembro das poesias declamadas em tempo de invernada. Nossa vida é marcada por detalhes que mesmo que vivêssemos cem anos conseguiríamos esquecer, não digo só do que foi bom, mas do que foi ruim e machucou também, e nós podemos ficar com o que foi bom, sorrindo quando lembramos, e ressignificar o que foi ruim tirando algo importante como lição de vida, aprendizado. Compete-se a nós escolhermos.
Isso sim é evolução, e cada um escolhe o que quer se importar nesta vida louca, curta, maluca, imprevisível, sopro e tri.

(Fim)


“Quem forjou pelos caminhos:
Cavalos, calos e amores;
Bem sabe que os corredores
Não dão guarida e razão.
Pois não é qualquer galpão
Que tem o calor da gente,
Que sabe as coisas que sente,
Fincadas no próprio chão!

Não é que as dores da trilha
Não ensinem a quem anda,
É que a cruzada se agranda
E o que importa tem raíz.
O mundo é puro matiz...
Mas onde quer que se passe,
O chão onde a gente nasce
É o que a gente sempre quis!

Por isso que quem carrega
As manhas de ter andado,
Conserva o solo sagrado
Desenhado nas retinas.
Pois o beijo de outra china,
Não é o da prenda mimosa,
E a terra que não é a nossa
Nos vale o que nos ensina.

Eu sou mais um que já andou
Gastando o aço da espora
Mais da porteira pra fora,
Que da porteira pra dentro.
É certo, não me arrependo,
Porque vivi sem maldade
E aprendi – barbaridade –
Vivendo o meu próprio tempo.”
(Roberto Ponsi e Leandro Gomes)

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O poder da intensidade!

Intensidade...

Compadre e comadre, vamos refletir sobre algo interessante. Quão intenso você é em sua vida, carreira, relações, existir?
Você já parou para pensar em como as relações interpessoais estão líquidas? Por que isso acontece?
Por que nós, seres humanos racionais e evoluídos trocamos uma conversa cara a cara, olho no olho, saliva, saliva, para ficar olhando para uma tela esperando o sinal azulzinho de mensagem lida?
Mas comadre, não seja uma tri bicha sem futuro, a melhor coisa que aconteceu foi a evolução tecnológica dos “smarts phones”.
Sim, eu sei, eu acho que foi uma mão na rodinha dos nossos patins, mas isso precisa ter limite, isso precisa ter respeito, nós não somos robôs, e nós precisamos de contato humano, isso não dá para negar.
Por que para algumas pessoas a vida é um eterno abrir mão e para outras isso não faz o menor sentido? Você é do qual tipo? Que abre mão ou que te dão a mão e você pede o braço?
A vida é de fato um eterno abrir mão, porque a partir do momento que escolhemos o A, o B automaticamente foi excluído, rejeitado, magoado, e foi ignorado mesmo a gente sabendo que o B existe e que ele contrasta o A, que gostaria de ser escolhido e se sentir especial também. Já dizia meu pai, mais vale um gosto que um tostão no bolso. Mas há aquele querido que acha injusto escolher, então fica com o A, o B, enganando ambos e a si mesmo, é uma realidade triste, mas o mundo está cada dia mais assim, recheado de compadres e comadres que não querem assumir as consequências das escolhas, porque os valores de certo e errado estão cada vez mais obsoletos, anseio tristemente viver num mundo onde tudo é permitido mesmo quando nem tudo lhe convém e me convém. Espero do mais íntimo do meu ser e coração, que isso nunca aconteça, que os valores primordiais nunca se percam.
Mas por que temos tanta dificuldade de escolher e de abrir mão?
Por que sempre queremos ir pelo caminho mais curto?

Por que vivemos com medo de sofrer, de flutuar, e de tirar os pés do chão? Por que sempre optamos em estarmos rodeados de pessoas, mas voltamos para casa sozinhos?



Hoje vivemos na era dos aplicativos, pois com ele podemos pular a etapa da conversa, e irmos direto ao que interessa. Mas por que ninguém quer conversar, ninguém quer desvendar o outro em sua mais íntima profundidade?
Em que ponto estamos chegando? Por que é tão difícil respeitar o limite do outro. Será que somos perfeitos?
Não, sabemos que não somos. Então por que desistimos do outro na primeira dificuldade? Por que rasgamos o nosso companheiro e o jogamos no nosso cesto de lixo na primeira oportunidade que temos.
Por que as pessoas estão vivendo de forma tão egoísta e banal?
Será que isso tudo é um mecanismo de defesa para não sofrer, ou é covardia mascarada?
Por que muitos de nós sentem como se estivessem sobrando na vida de outrem, porque temos que nos contentar com um momento feliz sem poder pedir bis?
Talvez porque nunca falta quem nos sobra.


Onde foi morar o compadre compromisso, o compadre bagual de fibra, que cumpre o que diz?
Cadê nosso bom senso com nós mesmos e com as pessoas que nos relacionamos, cadê a empatia, o amor, a compaixão e a sensibilidade, até que ponto somos tão evoluídos assim se nos transformamos em robôs?
Será que o para sempre morreu, ou alguém comeu?
Será que nossa geração morrerá velha, banguela e solitária?
O que será de nossas vidas?
Será que vivemos num eterno abrir mão?
Tem coisa melhor que viver as coisas no seu mais amplo sentido, desvendar e experimentar tudo que é necessário e possível até chegar naquela raspinha da panela que todo mundo adora? Tem coisa mais maravilhosa do que um frio na barriga de um reencontro, de um beijo apaixonado, de um abraço daquele amigo ou ente querido que não vemos faz tempo? Por que estamos abrindo mão das coisas essenciais? Por que estão se transformando em invisíveis e estão deixando de existir? Por que estamos retrocedendo e estamos nos preocupando com coisas que não são tão importantes?
“Até onde vai a liberdade? Onde está traçada esta linha?
 A fronteira da sua vontade, termina onde começa a minha”.
“e...enquanto a vida vai e vem, você procura achar alguém , que um dia possa te dizer: quero ficar só com você”.