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terça-feira, 17 de abril de 2018

Criança em show de Rock!







Hoje eu vou falar sobre uma cena intrigante que eu vi esses dias que me deixou uma semana com aquilo da cabeça.
Fui num show de uma banda que eu amo, é uma mistura de rock, maracatu, é tri legal, tem musicas incríveis com letras supimpas. O show foi sensacional. Mas uma coisa me chamou muita atenção.
Tinha uma mãe com seus 30 e poucos anos com uma criança de colo. Se você for um pingo esperto, sabe que uma criança de colo não é totalmente firme ainda, se fosse, ela estava no chão e não no colo.







Gente, eu acho que o fato de uma mulher ser mãe não faz com que ela tenha que parar de fazer o que gosta, ou abrir mão de viver por causa do filho, salvo algumas exceções que nem preciso falar.

Um show tem o  volume quase ensurdecedor, porque é assim que tem que ser mesmo, uma coisa é levar a criança e ficar um pouco e vazar, outra coisa é fazer a criança ficar o show inteiro, ai que entra o limiar entre o real e o ideal, mas aquilo infelizmente era real.
Mas não foi isso que me encabulou. Ela colocou a criança em cima do ombro.








E imagine uma criança de colo nesta posição com os braços para cima durante 2 horas, tempo que o show durou.
Eu sei que você deve estar se questionando, qual a minha conta nisso tudo, que eu to velha, que eu que estava no lugar errado e na hora errada, pode ser também. Mais tem uma coisa que eu não consigo tirar de mim, eu acabo me chateando mais com as pessoas e coisas que aqueles que estão pouco se fodendo com o mundo ao redor, eu tenho empatia, e ela me consome o tempo todo. Eu não vejo gente morta, eu vejo empatia em tudo que faço e em todo lugar que eu vou, quando tenho duvida e quando preciso tomar uma decisão para fazer ou não determinada coisa é dela que eu faço uso. Agora imagine a criança nesta posição e a mãe pulando durante uma hora e meia que nem uma louca. Acho difícil alguém sem efeito de drogas conseguir ficar pulando com uma criança no colo por uma hora e meia. É pesado.







Eu estava adorando o show, eu amo aquela banda, mas eu comecei a fechar o olho para curtir meu som porque aquilo estava me deixando cheia de sentimentos ruins, mas quando eu fechava o olho a cena não saia da minha cabeça. Eu abri os olhos de novo, e avistei, pois só dava para ver a cabeça da criança por cima das outras cabeças, e a criança chorava muito, aos prantos, eu fui para outro lugar, pensei em ir falar com aquela mãe, mas eu não tinha este direito, até porque eu não tinha nada a ver com aquela família. Teve um momento que a mãe passou a criança que soluçava de tanto chorar para o pai. Ele ficou com ela dois minutos no colo e passou para mãe de novo, meu Deus, que homem frouxo.
Resumindo a historia a saga continuou por duas horas, e eu só vendo aquela criança chorando, e chorando e se estrebuchando, ela deve ter gorfado, cagado e mijado na cabeça daquela mãe maluca, e a guria nem deve ter percebido, porque ela nem se quer escutou o choro.


Não diga não foi nada...



Isso me deixou pensando muito na minha vida, nas minhas vontades, se vou querer ter filho um dia, se vou querer me preocupar com alguém o resto da minha vida, porque se for para deixar ao Deus dará como naquela cena eu prefiro não colocar uma vida no mundo, neste mundo doente, eu não quero criar uma escoria, para fazer parte desta maluquice alienante.

Isso me incomodou muito, mas o que mais me incomodou, sendo bem honesta, foi a minha inercia, e a minha omissão, porque não, eu não movi uma palha, eu não fiz absolutamente nada. Porque estamos num momento tão delicado, que até para reivindicar temos que pensar, porque podemos levar um tiro ou morrer de graça, só por dizer: - Eu não aceito, tampouco concordo.

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