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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Lugar de preconceito é no lixo e não dá para reciclar!




Hoje, meus queridos compadres, e comadres, vou falar sobre algo que me deixa bem encabulada, triste, indignada, e me questiono como em pleno séxulo XXI isso ainda exista.

Escuto certas palavras proferidas por algumas pessoas que chego a me perguntar se eu não ouvi distorção, eu nem consigo mensurar o que pessoas vítimas de preconceitos por não seguirem um estereotipo pré estabelecido como ideal escutam quando colocam o pé para fora de casa, eu juro, eu não estou inventando, você já deve ter escutado ou visto manifestações preconceituosas, e se você é uma pessoa com um pingo de sensibilidade, você ficaria incomodado, mas infelizmente, muita gente não está nem ai, porque não acontece com elas.



Se eu for listar todas as frases que nossos compadres escutam todo dia e toda hora vou ficar aqui até amanhã cedo, é uma fala pior que a outra. O que as pessoas que sofrem deste abuso e desta falta de respeito devem saber é que preconceito é crime, e você deve lutar por este direito, sim, você pode se defender legalmente falando porque ninguém tem o direito de te agredir fisicamente ou verbalmente por causa da sua classe social, seu tom de pele ou seja lá o que for.

Eu me indigno com qualquer tipo de preconceito por um motivo muito simples, somos seres evoluídos, chegamos ao topo da cadeia alimentar, debatemos, reivindicamos, a pergunta é, como em pleno século XXI as pessoas tem preconceito com o bagual que é negro, tatuado, gay, pobre, rico, político, e etc.

Povo, uma coisa que você precisa entender é, não importa o que você seja, quando você morrer você vai feder. E nada que você faça pode mudar isso, a não ser que tenha grana para ser cremado. Você caga, você vomita quando come algo estragado, você fica bêbado se beber demais, você tem insônia, você tem crise de riso, você chora, você toma banho, você é farinha do mesmo saco que eu, que talvez não goste, ou do seu vizinho que talvez você ame. Cor de pele não mede caráter.

Quem sofre preconceito diz ter sentimento de revolta, mas não são só eles, quem vê situações de preconceito também sofre,  as classes mais baixas sofrem mais preconceito obviamente, e é lá que se vê a primeira manifestação do mesmo, o problema maior de tudo isso é que as pessoas não sabem como exercer seu direito, o da luta contra este mal, fomentando a cegueira e a ignorância dos preconceituosos.




Todos que lutam contra o preconceito lutam de uma maneira individual, ou em grupos isolados, por isso talvez estamos em constante luta para acabar com este transtorno social.

Tem o grupo das  pessoas que fecham os olhos muitas vezes porque o preconceito não afeta elas.

Por exemplo: o negro se incomoda com o preconceito e ele luta por isso, as mulheres se incomodam com o assedio e elas lutam contra o assédio, os grupos da minoria lutam solitários. A partir do momento que a luta acontece num quadrado isolado à resposta positiva disso tudo não sai do quadrado, porque só sabe o que é um assédio quem passou por violência sexual ou algo do tipo. Quem teve a sorte de não passar por isso tem apenas a ideia do que seria ser abusado. E a ideia da dor não é a dor propriamente dita, e esta longe disso. Porém o que falta entender é que a dor de todos os grupos excluídos,  mesmo que isolados e nos seus quadrados que lutam pelos seus direitos sociais, é similar. Dor é dor em qualquer circunstância e você não a trata com remédios adquiridos em farmácias e drogarias.




A ideia seria positiva se a omissão não fosse tão avassaladora. Talvez seria importante tocar as pessoas para que elas entendam a dor do sofrimento que o preconceito causa, o sentimento de impotência, de amargura, de indiferença e de baixa auto estima. Se você já foi vitima de rejeição ou de bullying, por ser diferente em algum sentido, você deve conseguir ter um pingo de empatia.  Porque lutar só por algo que me incomoda e não por algo que me incomoda e incomoda o meu vizinho?

O deboche com o outro é tão injusto que só uma pessoa ri, e assim é o preconceito, muita gente diz que foi só uma brincadeira, brincadeira? Bela brincadeirinha de mau gosto, já que só é engraçado quando todo mundo ri. E se fosse sua mãe, alguém da sua família, alguém que você ama ou considera?






Aposto que se qualquer pessoa que tenha uma atitude preconceituosa em qualquer sentido, se antes de agredir alguém verbalmente ou fisicamente se lembrasse de alguém de sua família passando pela mesma situação, só se a pessoa tiver um distúrbio mental ela não se sentiria mal ou esquisita.

O problema é com o negro, mas isso afeta quem convive com o negro, se você tem um amigo que é negro e sofre preconceito na sua frente você vai se sentir afetado, se você tiver um pingo de amor ao próximo.

Viver em sociedade é entender que o problema dos outros quando injustiçados também é problema nosso.

A partir do momento que se tem direito se tem dever, a omissão ajuda a contribuir com a impunidade, pois você passa a ser cúmplice dela. Ficar de braços cruzados é a mesma coisa de ser omisso, e isso pode ser muito perigoso.



É uma luta muitas vezes em vão pois nem o própria sofredor do preconceito tem forças para lutar. Há muitos indivíduos, por ai, que muitas vezes nunca viveram situações de preconceito mas que são mais engajados que as próprias vitimas de preconceito. E Eu consigo imaginar porque, porque este sofrimento doí na alma daquele que sofre, e as vezes a vontade de desistir e lutar vai minando, a sensação de impotência vibra. E às vezes falta força. Isso é triste mas totalmente compreensível.

“Os próprios pretos não estão nem ai para isso”, então quem sou eu né, já dizia Racionais.


O que quero gerar neste texto é a reflexão de qual o tamanho da sua omissão, quantas vezes você vê situações injustas e você deixa para lá porque não é da sua conta. Talvez você até pense em fazer algo mas não faz nada porque o errado não é você, porém você é omisso, e a omissão é tão grave quanto um erro. Porque você passa a fazer parte sem querer do sofrimento de alguém que você não conhece, não sabe a história e que pode desistir de viver pelo preconceito de alguém.

Finalizo dizendo que o preconceito é algo tão mesquinho e repugnante que nem a palavra preconceito deveria existir, muito menos o comportamento preconceituoso.

Agradeço a todos os amigos, vitimas de preconceito por  emprestarem o depoimento e terem  dado a ideia deste tema tão relevante.

Um abraço e tchau

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