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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Por que os chatos não desaparecem?




Hoje eu vou falar daquele compadre, e daquela comadre que a gente chama de: chato.
Os chatos estão em todos os lugares, e o que eles precisam para sobreviver é uma coisa bem simples: a corda que você dá.
Onde estão? Em todos os lugares. É aquele cara que briga com o segurança para entrar no banco porque o cinto dele faz o alarme apitar, dá um vexame e diz que vai entrar de qualquer jeito, que é um atentado ao pudor ele ter que tirar o cinto, briga com o banco inteiro, xinga o guarda de filho da puta três vezes, pobre guarda, eu fico com um dó tão grande dos guardinhas, que quando vejo uma cena dessa eu vibro positivamente que o pobre descubra o que está apitando logo para calar a boca daquela criatura.
O chato é aquela madame que vai no mercado no pico: as 18:00 e começa a reclamar do tamanho da fila, se for aquelas maiores de sessenta já chamam o segurança para dizer que estão esperando demais na preferencial ao mesmo tempo que dizem que o preço do tomate está alto demais para sua qualidade.
É aquela pessoa que vai fazer figuração num comercial e começa a se jogar na frente das câmeras para aparecer mais que os outros, pisa no pé, entra na frente de todo mundo na hora do lanche, reclama da comida, do horário do job, começa a querer reivindicar por qualquer besteira, reclama da roupa do figurino, eu diria que o chato ao mesmo tempo que é chato, é também sem educação. A chatice e a falta de educação em n situações andam juntas, casadas, unha e carne, comadres inseparáveis.
O chato está no trânsito, ele taca a buzina na bunda de todo mundo, coloca a cabeça para fora para xingar, costura, fura o sinal e 10 minutos depois você para do lado dele, e percebe o quanto ele foi idiota de achar que o carro dele voava.
Pessoa que buzina para mim grita, é a mesma coisa.

E normalmente estas são as mais barbeiras.





Eu sempre digo, mesmo que você esteja certo, começou a gritar, sua razão acaba imediatamente, e é ponto pro seu oponente.
O chato é aquele cara que entra no ônibus e vai batendo em todo mundo, começa a reclamar do calor, e de tudo que ele encontra de inconveniente, mas nunca percebe que o mais inconveniente é ele.
O chato é aquele cara que vai no cinema e fica conversando e comentando o filme, derruba pipoca no chão e ainda fica com tique nervoso batendo no banco de quem esta na frente.
O que não falta nesta vida meus amores, são exemplos de pessoas chatas, até porque hoje em dia, tem gente que vive para reclamar de tudo e se lamuriar, e por mais que o serviço prestado seja excelente a pessoa vai achar algo para contagiar com negativismo, porque ela está transbordando de pessimismo.
Os chatos precisam de pessoas que compartilhem com ele a chatice. Normalmente o chato chega puxando conversa, ou seja, reclamando de algo. Se você der corda, você ímã outros chatos que começam uma rebelião. Pessoas negativas precisam de pessoas negativas para reforçarem seus comportamentos negativos, então não dê conversa, tudo que você alimenta cresce e aparece, se você alimenta o chato ele vira um monstro, simplesmente saia educadamente e vá para perto de alguém positivo.
Meu povo, veja, às vezes o chato tem razão, mas se o serviço oferecido não esta sendo bom tem outras formas de reivindicar que não é causando um alvoroço, isso nunca funciona, ou raramente funciona, o que quero gerar neste texto é a reflexão do contagio negativo e do que você faz com ele. Reclamações, babados, confusões e tiroteios sempre têm bala perdida.




segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Precisa da fórmula de Bhaskara para comprar pão?






Certo domingo estava eu pegando o metrô depois de um dia de gravação, e escutei um adolescente de seus aproximadamente 17 anos dizendo para um amigo de idade similar a seguinte frase:- Eu tenho um orgasmo quando uso a fórmula de bhaskara.
Eu não contive o riso, ao mesmo tempo em que pensei: Oi?
Eu não tenho um relacionamento de amor pela matemática, mas também não posso dizer que eu a odeio, coitada, ela nunca me fez nada, mais a minha professora do ensino médio fez, apanhei igual boi na horta daquela maldita, o que eu não apanhei em casa dos meus pais eu apanhei da professora Cecília, era um repertório criativo de palmadas e um pobre repertório de didática. Se não era reguada na cara eram palmadas e puxões de orelha, e como as reguadas ardiam, o pior não era a dor física, mas sim a dor emocional e a vergonha, eu era criança e essa foi minha primeira sensação de passar vergonha em público, o que me comovia um pouco era que eu nunca apanhava sozinha, isso era horrível pros meus colegas que também recebiam a surra, foi à primeira manifestação de vergonha alheia para mim, e quando era minha vez de entrar no calabouço era recíproca a sensação da parte deles de sentirem a vergonha alheia olhando minhas bochechas ficando vermelhas com barulho da régua. Mas eu entendia quando olhava para eles o que eles estavam sentindo, sim, era a mesma coisa que eu, eu não sabia o que era isso ainda, mas hoje sei quando foi a primeira vez que senti empatia. E isso me comovia, por pensar que sempre tem alguém com dor parecida ou problema similar.



A matemática é linda é objetiva, e eu entendi depois de adulta que a prática da matemática é incrível e ela faz parte da nossa vida o tempo todo, porque todo mundo gosta quando as coisas têm lógica e tem sentido, ficamos encabulados quando tudo é complexo demais, quando as relações são complexas, porque isso enche o saco, conforme aprendemos a viver aprendemos a descomplicar para ter uma vida mais leve.
Percebi que eu não gostava da matemática porque eu não a entendia, mas notei que não tem como gostar de algo que não se conhece, isso serve para comidas, roupas, pessoas, você raramente compra uma roupa sem experimentá-la, muito menos um sapato. E se você diz que não gosta de algo ou de alguém que não conhece é apelidado de hipócrita. Por isso não sou uma pobre vitima da professora Cecília, aqui se faz aqui se paga. A lei do universo é tão justa e exata quanto a lei do ouro e a lei do universo.
Quem usa equação de segundo grau para comprar sulfite, e quem usa formula de Bhaskara para ir ao cinema?
Ninguém, porém, eu posso dizer que eu conheci muitas fórmulas da comadre matemática, passei a me familiarizar com uns números, e não gostar de outros, consegui entender que as pessoas usam números para dizer superstições, e que os números podem ser bem legais quando não divertidos, pessoas ganham dinheiro com números que ao mesmo tempo também são números, e quanto mais zeros depois da virgula, mas rico você fica, e quando escuta alguém dizer que fulano é um zero a esquerda, você se afasta, e isso me deixa introspectiva ao pensar que quando estes significados aparecem, a matemática pode ficar complexa porque deixa de ser objetiva, a subjetividade impera.





Eu fico pensando no nosso ensino, tentando entender as séries de coisas que aprendi e que nunca usei, mas ao mesmo tempo hoje eu entendo que agora talvez isso não faça sentido, mas no momento que eu tive que aprender aprendi porque faria sentido para compor um quebra cabeça montado para o futuro.
Eu não devo pro banco, consigo conferir o troco, sempre devolvo quando me voltam dinheiro a mais, pois ele não me pertence, faço contas e projetos de quanto gastaria no fim de semana, na compra do mercado, na viagem do final do ano e nunca faltou dinheiro porque fiz a conta errada, mas nunca sobra muito, ninguém me liga dizendo que vai colocar meu nome no Serasa, ainda bem.
Então eu acho que minha matemática não deve ser tão ruim assim, mas não me peça para usar a fórmula de bhaskara porque você vai me fazer ter uma grande nostalgia, afinal de contas eu não preciso dela para comprar pão, mas ainda tenho um amigo que chama Pi, e seu sobrenome é 3,14, e um amigo que fica treze quando vai para o bar. Resumindo, acho que números são trilegais.



O tempo é exato e paradoxal, passa rápido quando estamos felizes e devagar quando estamos tristes, ele demora para curar mais do que resolver uma equação do segundo grau, e talvez nunca cure, mas dizem por aí que o tempo é rei, e eu já deixei o problema matemático sem solução, porque não encontrava respostas, e talvez por isso hoje faço muitas vezes as mesmas perguntas, porque os problemas da vida não podem ficar sem solução.


segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Lugar de preconceito é no lixo e não dá para reciclar!




Hoje, meus queridos compadres, e comadres, vou falar sobre algo que me deixa bem encabulada, triste, indignada, e me questiono como em pleno séxulo XXI isso ainda exista.

Escuto certas palavras proferidas por algumas pessoas que chego a me perguntar se eu não ouvi distorção, eu nem consigo mensurar o que pessoas vítimas de preconceitos por não seguirem um estereotipo pré estabelecido como ideal escutam quando colocam o pé para fora de casa, eu juro, eu não estou inventando, você já deve ter escutado ou visto manifestações preconceituosas, e se você é uma pessoa com um pingo de sensibilidade, você ficaria incomodado, mas infelizmente, muita gente não está nem ai, porque não acontece com elas.



Se eu for listar todas as frases que nossos compadres escutam todo dia e toda hora vou ficar aqui até amanhã cedo, é uma fala pior que a outra. O que as pessoas que sofrem deste abuso e desta falta de respeito devem saber é que preconceito é crime, e você deve lutar por este direito, sim, você pode se defender legalmente falando porque ninguém tem o direito de te agredir fisicamente ou verbalmente por causa da sua classe social, seu tom de pele ou seja lá o que for.

Eu me indigno com qualquer tipo de preconceito por um motivo muito simples, somos seres evoluídos, chegamos ao topo da cadeia alimentar, debatemos, reivindicamos, a pergunta é, como em pleno século XXI as pessoas tem preconceito com o bagual que é negro, tatuado, gay, pobre, rico, político, e etc.

Povo, uma coisa que você precisa entender é, não importa o que você seja, quando você morrer você vai feder. E nada que você faça pode mudar isso, a não ser que tenha grana para ser cremado. Você caga, você vomita quando come algo estragado, você fica bêbado se beber demais, você tem insônia, você tem crise de riso, você chora, você toma banho, você é farinha do mesmo saco que eu, que talvez não goste, ou do seu vizinho que talvez você ame. Cor de pele não mede caráter.

Quem sofre preconceito diz ter sentimento de revolta, mas não são só eles, quem vê situações de preconceito também sofre,  as classes mais baixas sofrem mais preconceito obviamente, e é lá que se vê a primeira manifestação do mesmo, o problema maior de tudo isso é que as pessoas não sabem como exercer seu direito, o da luta contra este mal, fomentando a cegueira e a ignorância dos preconceituosos.




Todos que lutam contra o preconceito lutam de uma maneira individual, ou em grupos isolados, por isso talvez estamos em constante luta para acabar com este transtorno social.

Tem o grupo das  pessoas que fecham os olhos muitas vezes porque o preconceito não afeta elas.

Por exemplo: o negro se incomoda com o preconceito e ele luta por isso, as mulheres se incomodam com o assedio e elas lutam contra o assédio, os grupos da minoria lutam solitários. A partir do momento que a luta acontece num quadrado isolado à resposta positiva disso tudo não sai do quadrado, porque só sabe o que é um assédio quem passou por violência sexual ou algo do tipo. Quem teve a sorte de não passar por isso tem apenas a ideia do que seria ser abusado. E a ideia da dor não é a dor propriamente dita, e esta longe disso. Porém o que falta entender é que a dor de todos os grupos excluídos,  mesmo que isolados e nos seus quadrados que lutam pelos seus direitos sociais, é similar. Dor é dor em qualquer circunstância e você não a trata com remédios adquiridos em farmácias e drogarias.




A ideia seria positiva se a omissão não fosse tão avassaladora. Talvez seria importante tocar as pessoas para que elas entendam a dor do sofrimento que o preconceito causa, o sentimento de impotência, de amargura, de indiferença e de baixa auto estima. Se você já foi vitima de rejeição ou de bullying, por ser diferente em algum sentido, você deve conseguir ter um pingo de empatia.  Porque lutar só por algo que me incomoda e não por algo que me incomoda e incomoda o meu vizinho?

O deboche com o outro é tão injusto que só uma pessoa ri, e assim é o preconceito, muita gente diz que foi só uma brincadeira, brincadeira? Bela brincadeirinha de mau gosto, já que só é engraçado quando todo mundo ri. E se fosse sua mãe, alguém da sua família, alguém que você ama ou considera?






Aposto que se qualquer pessoa que tenha uma atitude preconceituosa em qualquer sentido, se antes de agredir alguém verbalmente ou fisicamente se lembrasse de alguém de sua família passando pela mesma situação, só se a pessoa tiver um distúrbio mental ela não se sentiria mal ou esquisita.

O problema é com o negro, mas isso afeta quem convive com o negro, se você tem um amigo que é negro e sofre preconceito na sua frente você vai se sentir afetado, se você tiver um pingo de amor ao próximo.

Viver em sociedade é entender que o problema dos outros quando injustiçados também é problema nosso.

A partir do momento que se tem direito se tem dever, a omissão ajuda a contribuir com a impunidade, pois você passa a ser cúmplice dela. Ficar de braços cruzados é a mesma coisa de ser omisso, e isso pode ser muito perigoso.



É uma luta muitas vezes em vão pois nem o própria sofredor do preconceito tem forças para lutar. Há muitos indivíduos, por ai, que muitas vezes nunca viveram situações de preconceito mas que são mais engajados que as próprias vitimas de preconceito. E Eu consigo imaginar porque, porque este sofrimento doí na alma daquele que sofre, e as vezes a vontade de desistir e lutar vai minando, a sensação de impotência vibra. E às vezes falta força. Isso é triste mas totalmente compreensível.

“Os próprios pretos não estão nem ai para isso”, então quem sou eu né, já dizia Racionais.


O que quero gerar neste texto é a reflexão de qual o tamanho da sua omissão, quantas vezes você vê situações injustas e você deixa para lá porque não é da sua conta. Talvez você até pense em fazer algo mas não faz nada porque o errado não é você, porém você é omisso, e a omissão é tão grave quanto um erro. Porque você passa a fazer parte sem querer do sofrimento de alguém que você não conhece, não sabe a história e que pode desistir de viver pelo preconceito de alguém.

Finalizo dizendo que o preconceito é algo tão mesquinho e repugnante que nem a palavra preconceito deveria existir, muito menos o comportamento preconceituoso.

Agradeço a todos os amigos, vitimas de preconceito por  emprestarem o depoimento e terem  dado a ideia deste tema tão relevante.

Um abraço e tchau