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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Carreira acadêmica e suas mazelas!



Este texto vai para vocês queridos leitores que batalham muito, que passam anos a fio de suas preciosas vidas, estudando, contribuindo com a pesquisa, deixando um rastro, uma marca, mesmo muitas vezes sendo um grão de areia, possuem remuneração baixa, trabalho árduo e pouco reconhecimento, raras às vezes muito reconhecimento. E ainda precisam ouvir a perguntinha medíocre: - Você só estuda ou trabalha também?
Estou falando de você acadêmico bagual que já está no seu segundo pós doc morando no Canadá, num laboratório foda, mas que a humildade depois de todos estes anos de batalha continua intacta, modesta.

É incrível como tem gente que quanto mais o nível intelectual cresce mais o nível espiritual baixa, sabe a famosa gangorra, acontece exatamente igual.
Enquanto mais abaixa, mais a bunda aparece, sabe a famosa calça de veludo cú de fora, ou melhor, aquele frango mastigado com arroto de perú, a pessoa faz uma parte do mestrado, doutorado, seja lá que raios, no exterior e volta pro Brasil pisando nos outros que aqui ficaram como se não houvesse amanhã. Por que não basta ir pro exterior, tem que se sentir o Einstein do século XXI.  De que adianta estudar para cacete se não puder pisar nos outros né?

...

E ainda tem o discurso medíocre que professor bom mesmo é aquele que mete o chicote, porque as pessoas só aprendem apanhando...
Meu povo, é este, este ser que vai dar aula pros seus filhos, imagina que merda que isso pode dar.
É a típica professora Cecília, velha bruxa que batia nos alunos que não aprendiam a tabuada.
Poxa que pariu, que mundo estamos vivendo, parece que cagar na cabeça dos outros, não escutar os apelos das pessoas que vivem ao nosso redor ficou demodê.
Veja, não importa onde você chegue profissionalmente falando, se não tiver um pingo de empatia, um pingo de respeito, um pingo de humildade, nada disso serve.




Uma pesquisa feita no Reino unido com idosos à beira da morte, teve respostas surpreendentes, para a seguinte pergunta:
- o que você faria de diferente se ainda tivesse oportunidade ou tempo?
Ninguém respondeu: eu teria comprado um carro novo, ou trabalhado 5 horas a mais por dia, feito aquele curso na Austrália, ou colecionado mais 2 pós doutorados.
Não, a resposta foi, eu teria reclamado menos, teria sido menos prepotente e arrogante, teria valorizado pessoas que gostavam de mim, teria amado mais, comido mais, teria tido mais crises de riso, teria estendido a mão, eu fiz o contrário, e amanhã não estarei mais entre vocês.

...

Por que as pessoas precisam tomar um choque de realidade ou de humildade para acordar para as coisas que realmente importam na vida?
Eu tenho exemplos próximos de mim de pessoas admiráveis, mas não são poucos, ainda bem, mas também tenho exemplos horrendos de seres humanos, que paro e me pergunto onde é que vamos parar, mas ai eu respiro e penso. Que bom que as más pessoas se afastaram ou eu as afastei com meu jeito torto ou defeituoso de ser, eu não sou perfeita, mas tento ser sensível aos outros ao meu redor, isso eu tento. E que bom que as boas permanecem ao meu lado.
Se não houvesse pessoas boas no mundo ele já teria acabado. Mas precisamos ter esperança que o meio a meio, não esteja próximo, porque se isso acontecer o mundo estoura.
Seus diplomas e títulos não medem seu caráter muito menos salvam sua vida de um acidente de percurso.

O melhor acadêmico é aquele que não vem para concluir nada mas para questionar infinitamente, até pensar cogitar em mudar a pergunta, porque ela nunca acaba. É uma busca constante.

Agradeço todos os amigos que seguem essa carreira e ainda se mantem nela mesmo após os cortes de verbas.

O passo do sub desenvolvimento para o desenvolvido está na bagagem desses amigos que não cansam de buscar respostas que sabem que muitas vezes não terão para melhorar o mundo mas nunca desistem de buscar.



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