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segunda-feira, 20 de março de 2017

A moda e sua semana mais chique de SP...

...e eu com minha humilde opinião.






Prestigiar o evento de moda mais famoso do Brasil não é para qualquer um. Mas deveria.
Eu não sou mais chique e nem mais fina, rica e poderosa que ninguém porque fui no desfile de um dos estilistas mais influentes do mundo da moda.
Primeiro que o SP fashion Week não é um evento democrático, e sim exclusivo, você só entra se for convidado, se for blogueiro famoso, expositor de marcas famosas, estilista renomado ou alguém muito bagual de fibra da área, alguém muito foda, PHD neste mundo ou coisas do tipo e etc.
Não é um evento para estudantes de moda e pessoas que simplesmente apreciam moda, e sim para a celebridade que aprecia moda, e profissionais da área ou afins.
E como você foi comadre? Quem fez a caridade de te arrumar um convite?
E por que SPFW não é democrático?
Respondendo a primeira pergunta: Não interessa de quem eu ganhei, este assunto não me interessa e não quero falar sobre isso, hehe, brincadeira, ganhei de uma amiga que é amiga do estilista famoso que citei aqui no início.
Quem é o cara?
É um estilista renomado brasileiro especialista em Beach Wear, com notoriedade no brasil e fora dele. O cara é bagual de fibra, é brilhante, tem talento, se não, não teria chegado onde chegou, tem uma loja na rua mais famosa e rica de SP em nível de moda, percebi a ousadia nas cores e formas, apesar de serem roupas de praia, a tabela começou com cores lisas com uma outra composição por cima do maiô, e depois veio mesclada com todas as cores da tabela. Mas o que eu mais gostei foi a escolha de uma das músicas, dentre todas a mais especial durante os 10 minutos de desfile foi a Alok, Bruno Martini feat. Zeeba - Hear Me Now. Quem está assistindo um desfile deste, não faz ideia de quanto suor e trabalho houve no backstage, foram horas de trabalho para 10 a 15 minutos de glamour, mas desfiles sempre valem a pena, e estar numa passarela traz uma adrenalina para quem cria, assim como para quem exibe a peça. Só quem já passou pela experiência talvez consiga explicar, mas é uma sensação tri bárbara. Para mim, que desta vez era só uma espectadora, eu senti emoção, senti alegria, tristeza e mais uma série de coisas porque a situação veio de encontro com toda a trajetória que eu já vivi.
O desfile estava glamouroso, cheio de gente chique, atrizes globais e pessoas que vivem no anonimato, que se morrerem amanhã, terão seus nomes esquecidos, assim como eu.






Quando você é convidado para um desfile você fica separado dos seus compadres que também foram convidados por grau de importância que você tem na moda, você realmente acha que isso é democrático?
Por exemplo: as famosas e atrizes globais ficam na fila 1, elas conseguem ver as texturas das roupas das modelos, as olheiras das modelos, e podem ficam reparando, coisa que quase não acontece na moda, afinal de contas, lá o ego não existe, foi uma ironia. A segunda fileira, chamado de B, são as pessoas um pouco menos celebridades que as celebridades, pessoas que têm algum grau de importância na moda. A terceira fila, chamada de C, depois D, são pessoas que precisam estar lá porque precisam, talvez lojistas, gerentes de grifes, coordenadores e afins. E a fileira E são do povo do anonimato, pessoas como: estudantes de moda que precisam entrar para engordar currículo ou por paixão mesmo, são pessoas que vão para o evento bem mais cedo, pedem na caruda o convite caso alguém tenha a caridade de ajudar um pobre estudante e oprimido de moda, fotógrafos desconhecidos e amadores, que conhece a prima da melhor amiga do estilista. E atrás da fileira E, acabou, são pessoas que ficam em pé porque não tem cadeira para elas. Você acha que estou sendo injusta ou você lembra dos senhores feudais e quem trabalhava para fazer com que os senhores comessem.
Democracia existe sim na moda, já participei e apreciei trabalhos lindos com intuito de melhorar nossa sociedade mesquinha, ou ajuda-la de alguma forma, mas não existe nos eventos de moda, como então as pessoas de moda podem ser democráticas?
Espero de coração que exista, porque somos únicos, e em todas as áreas tem gente esquisita e não esquisita.
Por que eu fui?
Porque cavalo dado não se olha os dentes, sou formada em moda, queria ver como está o mercado, se continua parecido ou mais evoluído que a época que eu era da área, se o estereótipo das modelos continua o mesmo da época que eu modelava, infelizmente sim, (vejam, nada contra as modelos, eu já fui uma, mas não concordo com o estereótipo anoréxico que a moda prega de uma forma ainda tão alienada).
Fui conferir também se ainda tem gente legal e de personalidade, se ainda tem gente que come frango e arrota peru ou usa calça de veludo mas deixa o cú de fora, e todas estas patifarias ou não patifarias que não precisa ser da área para saber ou perceber.





Moda para mim é nada mais nada menos que bom senso, se você não tem o estilo de corpo que fica bom naquele vestido, não use aquele vestido porque todo mundo está usando, ou só porque está na moda, ter personalidade é usar o que realmente fica chique e bonito para você, de bom gosto, e não usar o que todo mundo usa só para pagar de bacana, principalmente se não tem nada ver com seu tom de pele, seu cabelo, sua altura e seu shape de corpo.
O SPFW não é democrático, toda vez que eu entro em contato com esse mundo que muitas vezes já me deu preguiça, é que, não importa a faculdade que você fizer, se você não tiver pelo menos uma língua fora a que você já herdou do seu país, fluente, se você não foi para o exterior fazer intercâmbio ou você não conhece alguém do ramo para te indicar fica muito difícil conseguir entrar neste meio.
Tem inúmeras faculdades de moda no Brasil de uns 10 anos para cá. Todos os anos inúmeros profissionais entram para o mercado, não importa como você estudou, se você foi um aluno bom, o que importa é se você conhece alguém que conhece alguém para te dar uma oportunidade que pode ser perdida no primeiro erro de modelagem.
Por favor, sem generalizações, mas rara às exceções isso acontece sim, infelizmente.
Eu não estou fazendo este texto para criticar e diminuir a moda. Eu sei a importância que a moda tem na sociedade, eu sei o quanto uma etiqueta significa para algumas pessoas, mas para minha vida não, minha realidade é outra, tenho admiração pelas pessoas que chegaram no pico e conseguiram se manter no mercado, com dignidade, humildade, e profissionalismo num mundo tão cheio de ego e inveja.



Tenho noção e acredito que se vestir bem faz bem para nossa autoestima, é bom vermos pessoas cheirosas, bem vestidas, isso faz bem aos nossos olhos, acredito também que moda é comportamento, que podemos entender um pouco do mundo do outro pelo que ele veste, podemos saber que canções ele gosta de ouvir pela vestimenta, claro que algumas pessoas são incógnitas e mistérios que nunca desvendaremos se não conversarmos com elas. Mas acho perfeitamente possível se vestir bem sem gastar muito, e sem ostentar.
Porque afinal de contas a vestimenta interna vale muito mais do que a carcaça, pois ao mesmo tempo que a máscara cai, ao tirarmos a roupa ficamos nus. E não podemos esquecer que foi deste modo que viemos ao mundo.

Se tem uma coisa que nunca sai de moda é a atitude elegante e honesta independente do look que está usando, bem como ter conteúdo além da roupa que veste.

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