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terça-feira, 25 de setembro de 2018

Não trate uma obrigação como um ato heroico!










Olá queridos leitores, fiquei um pouco ausente por aqui, mas hoje vim compartilhar algo que me deixou reflexiva.
Eu sinceramente gostaria de entender mais o que se passa na cabeça das pessoas, mas sei que essa missão é impossível e eu vou passar a vida tentando entender, amando, e me encabulando com um aqui outro ali, afinal somos seres limitados e em constante evolução, começando por mim.
Estava eu voltando de uma seleção que por final eu não passei e sai dela conversando com dois jovenzinhos que acabaram de chegar em São Paulo, vieram para cá tentar a sorte nas passarelas da vida, a guria tinha 17 anos e o piá não muito mais que isso.
Eles eram amigos e ele estava indo para outro lugar e não iria acompanha-la até o metrô, eu então me ofereci para ajudar já que não me custa nada, e eu adoro poder ajudar mesmo que seja uma coisa pequena, me sinto menos inútil.  Levei ela até seu destino, e depois fui para minha casa, meia hora mais tarde. Dentro do metrô quando eu estava fazendo a baldeação de uma linha para a outra vi que tinha um rapaz na minha frente com um maço de dinheiro caindo do bolso, eu imediatamente avisei para que ele o recolhesse, ele me agradeceu, e em seguida um senhor que estava do meu lado começou a me aplaudir, do outro lado uma mulher que também viu a cena seguiu o ancião, ele enquanto batia palmas dizia: - é muito raro ver uma coisa dessa hoje em dia, isso merece palmas.
Eu agradeci e respondi que não fiz mais que minha obrigação.







Eu fiz isso porque eu aprendi na minha casa que eu não devo pegar o que não é meu, e sei também que quando isso acontece alguém ficará insatisfeito para que o outro fique satisfeito, então é injusto além de errado, porém sei que têm pessoas que não tiveram a mesma oportunidade e cresceram talvez numa família que pregava que roubar ou matar é algo normal, e necessário para sobreviver. Cada um com sua história e seu valor.
Como discernir o certo do errado?
Talvez exercendo a empatia seria uma boa maneira. Você só vai saber como é chato ser roubado quando você é roubado.
Mas o que mais me indignou não foram as palmas e os elogios, eu sei que eu estou longe de ser uma heroína. O que me indignou é: as pessoas tratarem isso como anormal e raro. Ajudar alguém que está perdido, ou que está prestes a perder algo não é um ato heroico, se fosse o seu dinheiro que estivesse derrubando no chão aposto que ficaria feliz se alguém te indicasse o ocorrido, quando você está de alguma forma cego.
Ai eu paro e penso, as eleições estão chegando, o povo brigando e se esfaqueando por causa de candidato, e apontando o dedo na cara do vizinho, apoiando partidos e ideologias como melhores ou inferiores,  mas poucos pararam para olhar pro próprio nariz e para as próprias atitudes, pois se fizerem isso vão perceber que cada povo tem o governo que merece, e a verdade as vezes é pior que a facada que deram no Bolsonaro. 
Eu sei que vai ter alguém que vai discordar que o Bolsonaro ter levado uma facada foi algo ruim porque ele é isso e aquilo e blá blá blá. 
A pergunta é, se alguém der uma facada no seu bucho, ou no bucho do seu pai, ou de alguém que você tem estima e apreço você ia se importar?
Nada como se colocar no lugar...

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