Olá queridos leitores, fiquei um
pouco ausente por aqui, mas hoje vim compartilhar algo que me deixou reflexiva.
Eu sinceramente gostaria de entender
mais o que se passa na cabeça das pessoas, mas sei que essa missão é impossível
e eu vou passar a vida tentando entender, amando, e me encabulando com um aqui
outro ali, afinal somos seres limitados e em constante evolução, começando por mim.
Estava eu voltando de uma seleção que
por final eu não passei e sai dela conversando com dois jovenzinhos que
acabaram de chegar em São Paulo, vieram para cá tentar a sorte nas passarelas
da vida, a guria tinha 17 anos e o piá não muito mais que isso.
Eles eram amigos e ele estava indo
para outro lugar e não iria acompanha-la até o metrô, eu então me ofereci para
ajudar já que não me custa nada, e eu adoro poder ajudar mesmo que seja uma
coisa pequena, me sinto menos inútil. Levei
ela até seu destino, e depois fui para minha casa, meia hora mais tarde. Dentro
do metrô quando eu estava fazendo a baldeação de uma linha para a outra vi que
tinha um rapaz na minha frente com um maço de dinheiro caindo do bolso, eu
imediatamente avisei para que ele o recolhesse, ele me agradeceu, e em seguida
um senhor que estava do meu lado começou a me aplaudir, do outro lado uma
mulher que também viu a cena seguiu o ancião, ele enquanto batia palmas dizia:
- é muito raro ver uma coisa dessa hoje em dia, isso merece palmas.
Eu agradeci e respondi que não fiz
mais que minha obrigação.
Eu fiz isso porque eu aprendi na
minha casa que eu não devo pegar o que não é meu, e sei também que quando isso acontece alguém ficará insatisfeito para que o outro fique satisfeito, então é injusto além de errado, porém sei que têm pessoas que
não tiveram a mesma oportunidade e cresceram talvez numa família que pregava
que roubar ou matar é algo normal, e necessário para sobreviver. Cada um com
sua história e seu valor.
Como discernir o certo do errado?
Talvez exercendo a empatia seria uma
boa maneira. Você só vai saber como é chato ser roubado quando você é roubado.
Mas o que mais me indignou não foram
as palmas e os elogios, eu sei que eu estou longe de ser uma heroína. O que me
indignou é: as pessoas tratarem isso como anormal e raro. Ajudar alguém que
está perdido, ou que está prestes a perder algo não é um ato heroico, se fosse
o seu dinheiro que estivesse derrubando no chão aposto que ficaria feliz se
alguém te indicasse o ocorrido, quando você está de alguma forma cego.
Ai eu paro e penso, as eleições estão
chegando, o povo brigando e se esfaqueando por causa de candidato, e apontando
o dedo na cara do vizinho, apoiando partidos e ideologias como melhores ou inferiores, mas poucos pararam para olhar pro próprio nariz
e para as próprias atitudes, pois se fizerem isso vão perceber que cada povo
tem o governo que merece, e a verdade as vezes é pior que a facada que deram no
Bolsonaro.
Eu sei que vai ter alguém que vai discordar que o Bolsonaro ter levado uma facada foi algo ruim porque ele é isso e aquilo e blá blá blá.
A pergunta é, se alguém der uma facada no seu bucho, ou no bucho do seu pai, ou de alguém que você tem estima e apreço você ia se importar?
Nada como se colocar no lugar...