Hoje eu vou
falar sobre ela, a comadre que mela as relações, espanta as oportunidades e só
coloca maldade nessa sua cabeça, e é uma coisa que é igual à pulga atrás da
orelha, é bem difícil tirar, Já dizia a minha avó, a expectativa é a mãe da
decepção.
Estamos no
século XXI, tecnologia de ponta, relógios que mandam mensagens, relacionamentos
via aplicativo, muita gente prefere tudo mastigado do que se dar o trabalho de
fazer algo que o celular pode fazer. Parar pra ler alguma coisa? Que nada,
simplesmente não há tempo, se você estiver lendo este texto, parabéns, você
está um pouco menos alienado em relação as outras pessoas.
Esperança e expectativa são coisas diferentes...
A questão é
que colocamos expectativa em coisas que não dependem só de nós para acontecer.
Colocamos expectativas nos outros, sufocamos nossas relações porque somos
imediatistas e queremos que o outro sinta no mesmo tempo, na mesma frequência e
na mesma intensidade que a gente. É ai que ela entra. A expectativa?
Não, a
decepção irmão.
Muitas vezes
a criamos diante de coisas e situações
que nem sabem que estamos criando, imagine se elas tivessem vida própria?
Teria uma
misera porcentagem de chance de saber quem você é, o que você sente, e o que você criou, o problema
é que estou falando de coisas que não são palpáveis, que você sabe que não têm
vida própria. Por exemplo, seria muito tranquilo se todas as coisas que criamos
expectativas fossem como comer pão, é só você entrar numa padaria, comprar,
comer e se saciar, o problema é que o sofrimento maior acontece quando a
expectativa é quebrada porque criamos por algo ou alguém não palpável e não
saciável. Nem a gente sabe às vezes, que criamos aquilo e quando não acontece
da forma que esperamos, como expectadores, somos tomados por um sentimento
imenso de decepção.
Quando
alguém diz assim: Fulana está mal porque criou expectativa. Já está na cara que
vai dar errado. Como você pode criar algo que já existe ou algo tão subjetivo,
que não deve ser inventado porque simplesmente vem até você e você alimenta, é
como o medo, quando mais atenção você dá, mais monstro vira, ate que o monstro
vem te come. A expectativa vem acompanhada de vários sentimentos tóxicos, como
ansiedade, medo, insegurança, dentre outros. Simplesmente porque é sobre algo
que você não tem, não te pertence e você não sabe se essa realidade será nova
daqui um tempo, e a duvida gera mais conflito interno.
Mas também
têm os dois lados da moeda, tem aquele que criou a expectativa, ou porque quis
ou porque foi alimentado, tem gente que é especialista em fazer isso, alimenta,
alimenta, e depois... nem preciso dizer né? Ou melhor, dá a corda para pessoa
expectante se enforcar. Tem gente que é tão doente que gosta tanto de ter o
controle de todas as situações, que luta com o ego todos os dias no espelho,
perde a batalha e desconta em alguém que
é carente. Se for comparar as duas doenças eu fico com o que cria, porque a
arte da manipulação anda tão evoluída, que se um dia me disserem que fulano tem
phd em manipular eu vou acreditar.
A
expectativa faz parte da vida de quem vive, de quem sonha e de quem batalha. O
que eu posso dizer é que ela é como ciúmes, um pouquinho da libido a vida e as
relações, porque expectativa e ambição positiva andam de mãos dadas, mas não se
paute em esperar e esperar e expectar, se não a vida vai passar pela sua janela
e você vai criar tanta expectativa que vai esquecer que para realizar tem que
trabalhar. A melhor coisa a fazer já que somos seres limitados que dificilmente
deixaremos de expectar é: fazermos nossa parte, batalharmos e entregarmos ao
universo, que devolve tudo que emanamos. A expectativa só é a mãe da decepção
se você permitir dar este poder a ela, porque no final nas contas, vivemos para
expectar.
O bom dia
muitas vezes está na coincidência, é melhor se abrir para surpresa do que para
a expectativa, porque pelo menos a surpresa é uma novidade que pode te surpreender
positivamente e alimentar sua alma com um novo bem fofo e querido,
Um beijo e
tchau.