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segunda-feira, 12 de junho de 2017

Encontrar alguém na balada...

Ai comadre, eu estou em busca de um relacionamento estável, monogâmico, como nos velhos tempos. Você acha que eu posso encontrar meu bagual na balada? Tem gente interessante por lá?

Primeira coisa, se você estava na balada não deveria estar questionando isso, você não é interessante e uma bicha de futuro?


Pois bem, primeira coisa, encontrar alguém interessante é algo que pode acontecer em qualquer lugar, mas há lugares que isso é menos possível. E nos tempos atuais achar alguém ponta firme, barbaridade, é quase como procurar agulha no palheiro. Então não procure, quem procura acha, acha qualquer coisa.
Encontrar alguém pode acontecer na missa de domingo, na fila do pão, no parque, no estacionamento do shopping, na balada, na academia, no metrô, e etc.
O que você precisa saber é? Quem você é, o que está disposta, o que espera, o que quer de alguém, e que tipo de homem/mulher você quer.
Se você quer um homem para ter sexo casual sem compromisso e viver de momento sem esperar nem uma migalha dormida de pão, vá para o forró. Lá você vai matar suas queredeiras, vai ralar cocha até dizer chega, e vai conseguir o que quer, menos um relacionamento sério e estável. Meu povo, como tudo na vida, abaixo as generalizações, amigos do forró, não fiquem tristes, eu sei que alguns de vocês são baguais e fibras, assim como alguns não são, por que isso?


O forró é um ritmo envolvente, onde você dança perto, troca energia, pele com pele, escuta o tum tum tum do coração, chamega no xote, rodopia no xaxado, faz estripulias no baião. O bagual não faz isso só com você, por mais química que role na vossa dança, o bagual vai experimentar e a bagual também outros corpos, outros formatos, e bla bla bla. Eu vou no forró e fico só observando, tem umas mulheres que beijam um cara diferente em cada xote, mesmo dizendo que odeiam xote, e os homens a mesma coisa. Eu respeito, ema ema ema, cada um com seu sapinho, sua herpes bucal, e seu problema, se você achou sua boca no lixo, problema seu.
Nossa comadre, que horror.
Não tem horror nenhum, cada um sabe da sua vida, e ninguém tem nada a ver com isso, seu corpo suas regras, mas que a verdade seja dita.
Veja, eu não estou inventando, só estou dizendo o que eu vi, outras pessoas também vêm, umas nem notam, outras fingem que não é com elas, enfim, alguns muitos baguais de forró não são para namorar. Lá tem de tudo, tem os que namoram e super respeitam o companheiro e o relacionamento, estão lá só para poder dançar porque amam o forró e não fazem nada nas costas de ninguém, pois já dizia a minha vó, ser ético é agir certo mesmo que ninguém esteja olhando, mesmo que você tenha a oportunidade de fazer errado, e de sacanear, você escolhe fazer certo porque sua consciência quer assim, e você a obedece. Tem aqueles que têm namorado(a) mas têm uma relação aberta, as vezes o companheiro sabe que passa o rodo no forró inteiro, as vezes não sabe, e mesmo que a relação não seja aberta nunca saberá, porque uns falam e outros fingem não saber, e tem aqueles que são solteiros e que vão para beijar e transar como se  não houvesse amanhã, cada um sabe a dor e a delícia de ser e fazer o que é e o que quer. E tem aquele corno que é sempre o último a saber, até o cachorro que passa na frente da balada sabe, mas ele não sabe e ninguém conta, isso e triste, exótico, esquisito.


Aí eu te pergunto: quem vai querer namorar uma princesa ou um príncipe se pode ter um harém?
Quem vai querer namorar na era dos aplicativos e do sexo casual sem compromisso, sem ligar no dia seguinte, e sem a comadre encheção de saco.
Lamento dizer mas... poucos querem, e isso é triste, é uma pena mesmo.
No forró a mulherada não perde tempo, algumas, nem todas é claro, se jogam em cima dos caras e eles nem precisam colocar para funcionar sua arte da conquista. Isso aí ficou no passado. Já chegaram a me falar coisas desse tipo: se jogue no instinto, não fique esperando ninguém não, você tem que mostrar para que veio.
Para que? Se a maioria faz isso?
Então comadre e compadre, pode ser que você ache a alça na tua panela no forró, nunca diga nunca, assim como no inferno pode ter anjo vestindo preto, no forró tem gente para se relacionar também, aliás conheci e fiz amigos preciosos por lá, gratidão a vocês amigos do forró que estão dedicando um tempo lendo meu textinho. Mas nem sempre um bom amigo pode ser um bom namorado.  A chance de você achar só uma tampa e se apurar quando a panela tiver pegando fogo e bem grande. Por isso eu sempre digo, melhor que achar a tampa da panela, é encontrar a alça, porque a alça te permite levar esta panela para onde quiser sem queimar a mão.


Por que eu estou dizendo que homem de forró, veja bem, não são todos, mas alguns,  não são homens para namorar? Por um motivo muito simples, a maioria dos homens que dançam o forró não têm condução defensiva, que é aquela condução que protege a dama dos outros casais que dançam ao mesmo tempo e no mesmo salão ou tablado. Poucos são os homens que se preocupam em proteger sua parceira enquanto fazem os passos e figuras do forró, e isso apesar de parecer besteira, diz muita coisa. Um homem que se preocupa com o espaço da dama e vice-versa é uma pessoa ideal para ter um relacionamento, quem tem esta atitude vai identificar que tem, quem não tem vai ler o texto e achar que a comadre aqui comeu coco. A questão é muito mais complexa do que parece, o mundo pela lógica, eu digo mundo no sentido gente,  deveria usar coisas para conquistar pessoas e ter uma vida mais simples e tranquila, pois coisas facilitam muito a vida, assim como a tecnologia e mais uma série de objetos que utilizamos no nosso dia dia para otimizar nosso tempo, o problema é que os valores estão tão  invertidos que já ficou muito comum as pessoas usarem as pessoas para conseguirem as coisas ou mesmo tratarem pessoas como coisas. É uma realidade seríssima ao mesmo tempo que triste e deprimente. Por exemplo, se acontece um acidente de carro, para algumas pessoas a preocupação não é se quem estava no carro, se machucou, e sim se o carro sofreu algum dano.
Meus queridos, eu aprendi uma coisa não tem muito tempo. Teve um momento da minha vida que eu estava com sérias dificuldades financeiras, dificuldades que jamais imaginei que viveria, depois de ter saído da casa dos meus pais e adquirido minha independência financeira e pessoal. Eu comecei a entrar em crise e pensar: poxa, seu eu não tivesse gastado grana com aquilo, eu não estaria nesta situação, se eu não tivesse feito aquela tatuagem, teria uma sobra de dinheiro guardado, se se se, mas descobri que o tal compadre se, é uma tragédia na vida de qualquer ser humano. Primeiro, podemos morrer a qualquer momento, eu acho sim importante ter uma sobra de dinheiro para emergências, mas as vezes não é possível, dinheiro a gente ganha outro, assim como a gente trabalha e ganha, a gente gasta, trabalha de novo, e ganha de novo, agora saúde, e coisas não palpáveis muitas vezes não conquistamos com tanta facilidade, ou demoramos uma vida para construir, por isso temos que aprender, a amar as pessoas e usar as coisas, carreira, dinheiro e bens materiais, podem ser conquistados com nosso esforço e dedicação, agora amor, apreço, virtudes positivas , convivência com pessoas que temos sentimento pleno e sincero vão para sempre conosco.
Por isso eu digo, alça da panela pode estar em qualquer lugar, e acha-la é bem difícil, porque vivemos num tempo onde as pessoas buscam robôs para terem relacionamentos. Diante do primeiro defeito e do primeiro pum não querem mais brincar e jogam o coleguinha de lado para tentar encontrar um que seja perfeito. É triste dizer, mas eu tenho esperança que esta não seja a geração banguela e solitária, e pior, sem previdência.
E as vezes eu ainda me pergunto, será que ainda tem gente querendo se apegar além de pegar enquanto me questiono: onde vai dar este namoro, hey me diz ai, onde vai dar?

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