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segunda-feira, 8 de junho de 2020

QUEM INVENTOU A COMEMORAÇÃO ANUAL NA DATA DO NOSSO NASCIMENTO SE JÁ NASCEMOS?





Alguém comemora a ruína das torres só porque era um monumento?
Se eu pudesse eu mudaria o calendário anual de 365 para 364, pularia o dia que eu nasci ou passaria o dia todo num buraco quentinho sem falar com ninguém. Ou passaria o dia dormindo ate ele passar e não teria insônia de noite. Esse dia é chato, cansativo, envelhecedor que é o contrário de rejuvenescedor. Muitas frases recebidas, por vezes nas redes sociais são pré reenviadas muitas delas baseadas no louvável ctrl c ctrl v. Me desculpa a sinceridade agressiva...





Acredito que muitos de vocês que estão lendo este texto também não ficam animados com seus aniversários, no entanto se doam o quanto podem para fazer seus amigos aniversariantes se sentirem amados nesta data, sim vocês sabem o que é o valor de uma amizade quando fazem isso, porque sabem que para muitos pode ser uma data bem mais que dolorosa, é como o dia das mães para quem não tem mais mãe, dias dos pais para quem não tem mais pai, natal, ano novo, festa junina, estamos todos comemorando um ano a menos de vida, um tempo que passou, um relógio que foi inventado para nos controlar mas ninguém respeita. Eu nunca gostei de comemorar um ano a mais e não sei bem explicar os porquês, talvez eu nunca quis ter nascido nesse mundo, talvez eu tenha um trauma de infância, talvez eu tenha feito uma festa de arromba e não foi ninguém, talvez eu acho que todos os dias são dias de comemorar a vida ou a morte pois cada ano que passa eu estou mais próxima desta data, da data de ficar sete palmos abaixo do chão.








Outra coisa que ninguém está preparado é para morte, acho que muitos não gostam de nascer porque não gostam de entender que vão morrer também e não querem admitir que essa é a única certeza dessa vida, que a morte vem para todos, ela vem para quem você ama, para quem você odeia, ela não faz distinção de pessoas e muito menos das nossas vontades, ela simplesmente acontece você querendo, fazendo birra ou não.
Ter nascido talvez não tenha sido uma escolha, mas uma obrigação, e cá estou eu falando um monte de baboseiras, estou completando 34 anos e não sei porque essa data me irrita e me faz mais velha e ranzinza.








Porém, como tudo na vida tem seus pros e contras, sejamos gratos, mesmo que existam dias que não quereremos sair da cama. Eu percebi que as pessoas se importam comigo mesmo eu sabendo que amanhã ou ontem continuaria sendo um dia ruim ou um dia de flores. Amigos que a vida me presenteou me fizeram chorar numa data que eu não gosto, e não foi de tristeza, foi de emoção porque eles existem, se importam comigo, e se se importam eu fiz algo para merecer, e isso é muito bom. Pode soar algo totalmente carente afetivo você chorar de emoção quando seus amigos lembram de você. Mas vou te dizer algo bem sincero, você entende quando eles te amam e se importam, não é um se importar qualquer , é muito além do que se explica com palavras. Foram esses amigos que me fizeram acreditar que hoje não é o fim do mundo mas o começo e a continuação do amor que eu tenho ofertado para todo o mundo, aos mais próximos ou mais distantes, porque tudo é projeção. E isso melhora a cada ano, talvez nos meus 70 estarei mais apta a aceitar e comemorar se eu estiver viva até la.






Amigos, vocês ai, que sabem quem são, vocês me fizeram acreditar que viver pode ser uma merda, mas também pode ser uma alegria, fiquem com a segunda parte, pois amigos de verdade também sabem te lembrar quando tudo esta uma porcaria e te ajudam a sair de lá. Eles até limpam a merda com você quando é necessário. Me senti abraçada mesmo fazendo aniversário numa data energeticamente esquisita e cheia de vírus no ar. Me senti acarinhada, beijada, abraçada naquele inverno de neve que aquece meu coração. E hoje o que eu tenho para dizer é gratidão. Eu quebrei muito a cara nestes 34 anos, mas também enfiei a cara nos abraços mais carinhosos que o mundo poderia me dar, sem distinção de pessoas ou coisas.
Por isso, amo vocês que sabem bem quem são e estou sempre aqui para oferecer  minhas mãos grandes e meu abraço apertado, porque não tenho preguiça de amar nem de doar. Para vocês jamais direi que não. Feliz 3.4, que nesse ano que entra eu possa usar meu livro branco e minha caneta nova para escrever boas histórias e que eu possa deixar as folhas em brancos sem culpa, já que o livro só pertence a mim.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

A vida é um sopro!





Diz o ditado que os gatos tem sete vidas mas ninguém nunca disse quantas vidas um humano tem, o que se sabe é que a vida é um sopro e como dizia minha bisavó: para morrer basta estar vivo.
Eu não sei quantas vidas já gastei ou tive a oportunidade de renascer, posso contar nos dedos as 4 vidas que eu já perdi: acidente de carro com meu pai por volta dos 12 anos, adolescente suicida que nunca teve coragem de acabar com a vida, choque anafilático, vezes que eu quase morri e nem percebi, isso acontece com todo mundo, e se você acredita em anjo da guarda, sabe que alguns trabalham mais que os outros, ser humano é bicho esquisito e difícil de cuidar.
Minha ultima experiência de quase morte foi um atropelamento em plena Av. Rebouças na capital paulista pós um dia  comum de trabalho.
Sabe aquele dia que você só quer acabar o expediente e ir para casa dormir? Um dia normal, habitual, sem muitas emoções. Você passa a tranca na porta do seu trabalho após acionar o alarme e só vai para casa.
Eu confesso, estava com pressa de chegar em casa, e não sei porque, não estava apertada para ir ao banheiro tampouco doente. Estava apenas com fome e pressa.








Dizem que mais de 90% dos atropelamentos são de pessoas apressadas, eu estava nestes 90. Parei na faixa, eu posso ser doida às vezes, mas sou consciente, ajudo os com mobilidade reduzida ou idosos a atravessarem a rua, sinceramente eu nunca achei que seria atropelada, na real a gente nunca acha nada. Eu ali parada na faixa vejo meu ônibus que me deixa perto de casa se aproximando, quarta feira as 20:30, aceno para o motorista que não me vê ou faz que não me vê, o sinal está verde para os carros, e eu ali, torcendo para ficar vermelho pros automóveis e eu pegar meu ônibus, interagi com uma moça que também esperava para atravessar, ficou amarelo, eu olho o farol, a direita, olho os carros a esquerda, e estou livre, saio correndo igual um animal prestes a ser caçado. E foi ai que tudo aconteceu, que a morte tentou me carregar pro limbo.
Eu acordei com um rapaz me fazendo um monte de perguntas, sangue escorrendo no meu rosto e só lembro de ter destravado com a digital meu celular para ele avisar meus pais enquanto uma linha e uma agulha costuravam a minha cara. Apaguei de novo e só acordei vomitando dentro de um quarto de hospital
Por lá fiquei por duas semanas, 9 dias de UTI, e o restante num quarto.
Acredite, fiquei dias vegetando, e quando acordei naquela UTI eu tive o contato com um terço do inferno, e não foi legal.








Depois acordei no dia seguinte com meus pais chegando perto de mim depois de viajar a noite toda de um estado pro outro. Como sou grata pela minha família. Minha mãe me contou que a moça que estava do meu lado no farol que foi um dos anjos que me salvou. Segundo ela eu atravessei, um carro me pegou, eu bati a cabeça, rodopiei pro outro lado e amassei toda a lateral do carro, e por raridade, sorte ou Deus, não morri tampouco quebrei membros. A médica disse que eu apaguei e que ela caiu para cima com os primeiros socorros porque eu desmaiei e dizem que quem bate a cabeça não deve dormir. Pergunta se eu lembro de alguma coisa?
Sendo sincera eu não sei nem qual a cara de quem me socorreu tampouco onde mija a galinha. Só tenho gratidão, pois estatisticamente falando, qual a chance de ter um médico na hora de um atropelamento grave?
Onde eu quero chegar com esse texto imenso?
Quero te dizer amigo leitor  que não somos nada ao mesmo tempo que somos tudo. A vida é uma surpresa e um mistério, às vezes a gente não se dá com alguém da família apenas por sermos incompatíveis, mas há algo que nos torna inseparáveis: o sangue e a própria família. Então, não importa como, você precisa aprender a lidar e cada vez menos odiar.






Por isso não deixe de se declarar se você ama alguém, não deixe de perdoar se você guarda algum rancor. Se perdoe também, você merece. Como? Não sei, apenas tente, ate conseguir, seja um brasileiro, não desista nunca. Não deixe de exercer a empatia consigo mesmo quando estiver errado, e com os outros que você se relaciona na vida ou no trabalho. Exerça a competência e a responsabilidade sócio emocional. Abuse da responsabilidade afetiva nas suas relações, independente da duração que elas tenham. Dance, cante, aprecie aqueles que te apreciam, invista tempo dando carinho e atenção aos seus, não perca tempo com quem não te valoriza, extravase amor, ele nunca te fará falta se for verdadeiro, contemple a natureza, se pergunte porque o céu é azul de dia e azul escuro de noite ou preto com estrelas brancas, se pergunte porque as três Marias, aquelas estrelas,  não são quatro ao invés de três. Sorria, tente entender aqueles que você não aprecia, graças a eles você diferencia a noite do dia, como seria a vida se todos fossem idênticos a nós. E lembre-se, a vida é muito grande para ser pequena. Guarde o passado bom com saudade, o ruim jogue fora, espere o futuro com fé esperança de que sempre o bem chegará, e viva o presente como nunca, porque quando a vida acabar, e ela pode acabar a qualquer momento, os outros poderão falar o ser humano incrível que você se tornou.